quinta-feira, 23 de março de 2017

O estudante de 17 anos que corrigiu dados da Nasa



Um adolescente britânico entrou em contato com cientistas da Nasa (agência espacial americana) para apontar um erro em seus dados.

O estudante Miles Soloman, de 17 anos, descobriu que sensores de radiação na Estação Espacial Internacional estavam gravando dados inexistentes.

O jovem de Sheffield, no norte da Inglaterra, recebeu uma resposta da agência espacial, que, além de agradecer pela correção, o convidou para ajudar a analisar o problema. "Recebi um monte de planilhas, o que é muito mais interessante do que parece", disse Soloman ao programa World at One, da BBC Radio 4.


A descoberta do estudante ocorreu como parte do projeto TimPix do Instituto de Pesquisa em Escolas (Iris, na sigla em inglês), que dá aos alunos de todo o Reino Unido a oportunidade de trabalhar em dados da estação espacial, procurando anomalias e padrões que possam levar a novas descobertas.

Durante a estadia do astronauta britânico Tim Peake na estação espacial, detectores começaram a registrar os níveis de radiação. "Fui direto para o fundo da lista, para os bits mais baixos de energia que havia", explicou Soloman.

"Estávamos todos discutindo os dados, mas ele de repente se animou em uma das sessões e questionou: 'por que há -1 energia aqui?'", contou o professor de física do estudante, James O'Neill.

O que Soloman tinha acabado de notar era que, quando nada chegava ao detector, uma leitura negativa era gravada. Mas você não pode obter energia negativa. Então aluno e professor entraram em contato com a Nasa. "É muito legal", disse o jovem. "Você pode contar para seus amigos: 'acabei de enviar um email à Nasa e eles estão analisando os gráficos que eu fiz'."

Descobriu-se que Soloman verificou algo que ninguém mais tinha notado - incluindo os especialistas da Nasa. A agência disse que estava ciente do erro, mas ter acreditado que ele estivesse ocorrendo apenas uma ou duas vezes por ano - o estudante avisou que, na verdade, isso acontecia várias vezes ao dia.

O professor Larry Pinksy, da Universidade de Houston, disse à BBC Rádio 4 que seus colegas na Nasa "pensavam que tinham resolvido isso". "Isso ressalta - acho - um dos valores dos projetos da Iris em todos os campos com grandes dados. Eu tenho certeza de que há coisas interessantes que os alunos podem encontrar, e que os profissionais não têm tempo para fazer."

O professor, que trabalha com a Nasa no monitoramento de radiação, disse que a correção foi "mais apreciada do que considerada algo embaraçoso". Leia mais no BBCBrasil.



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