sexta-feira, 7 de abril de 2017

Não existe jantar de graça


     
Os idiotas e os inocentes úteis não sabem, mas os oportunistas sabem e disso se aproveitam. Nada é de graça. Até um o mais simples favor que prestamos, um dia nos sentimos no direito de cobrar. Quando a esmola é muito grande até o santo desconfia, reza o dito popular. Por isso, quando vejo uma oferta tentadora, uma ótima proposta de negócio, eu começo logo a pensar: Onde está o golpe? Não falha. Pessoas honestas sabem que um negócio é bom quando é bom para todas as partes envolvidas, mas, hoje em dia, a maioria entende que o negócio só é bom se um levar vantagem sobre os demais envolvidos. Lei de Gerson: Levar vantagem em tudo. Esse é o Brasil em que vivemos.
         Mas, esse nariz de cera é pra dizer que já ultrapassa todos os limites da razoabilidade, do oportunismo, do descaramento dos políticos. Esse negócio de conceder gratuidades em serviços públicos e até mesmo em alguns setores privados. É gratuidade em transportes coletivos, meio ingresso em cinemas e casas de espetáculos (quando não entrada franca). Uma verdadeira festa com o dinheiro dos outros. Um exemplo absurdo é passagem franca em transportes coletivos para oficiais de justiça e outras categorias de funcionários públicos. Ora, é obrigação do governo fornecer transporte para seus funcionários, como o fazem as empresas privadas.
         Mas, não vamos entrar nos méritos destas questões e sim revelar onde está o golpe. O político, demagogo, entra lá com um projeto de lei ou decreto estabelecendo gratuidade em serviços públicos ou particulares, para esta ou aquela categoria. É claro que o “Mané” que está sendo agraciado fica todo feliz e sai dizendo: Isso é que é político bom. O otário não percebe que empresas, públicas ou privadas, não são casas de caridade. Elas só são formadas e só existem com fins LUCRATIVOS. Então, se a empresa está abrindo mão do pagamento por um serviço que ela presta, alguém vai ter que pagar, porque senão ela estará abrindo mão do LUCRO, ou até tendo PREJUÍZO, o que inviabilizaria a sua existência. Aí o governo entra com o tal SUBSÍDIO, que nada mais é do que pagar à empresa pelo serviço que ela prestou e não recebeu do usuário.
         Agora, de onde você acha que o governo tira o dinheiro para pagar o tal subsídio, seu Mané? Do seu bolso, é claro, na forma de impostos que ele lhe cobra. Só que o dinheiro dos impostos deve ser aplicado em infraestrutura, ou seja, escolas, hospitais, obras, serviços públicos, e não em gratuidades nada gratuitas. E tem mais. Quando o governo não paga pela gratuidade, concede à empresa o direito de aumentar o custo dos seus serviços para cobrir o rombo causado pela tal gratuidade. Isso equivale a dizer que, quem não tem gratuidade, paga pela gratuidade dos outros, o que é muito injusto.
         Agora eu recebo a notícia de que o governo criou o Projeto de Lei (PL) 3.968, que propõe a isenção de igrejas, academias, hotéis, rádios comunitárias e outros estabelecimentos do pagamento de direitos autorais musicais. Contra esse abuso se insurgiu a cantora Ivete Sangalo, e creio que muitos outros deverão fazer coro com ela. Porque mais uma vez os políticos, demagogicamente, estão planejando fazer uma farra com o dinheiro dos outros. Ou melhor, com seu dinheiro seu Mané.

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