terça-feira, 12 de junho de 2018

As ameaças à Lagoa Salgada

A Lagoa Salgada é uma Area de Proteção Ambiental(APA). Não há discussões sobre isso, a não ser que o sol volte a girar ao redor da terra. Se há 393 construções feitas dentro de seu espaço  é porque a Prefeitura sempre foi omissa sobre o assunto e os demais órgãos de defesa do Meio Ambiente estavam preocupados com o clima do ar condicionado, no escritório.
Agora, após iniciativa do ex-Secretário Sérgio Carneiro,  de conseguir verba para construir uma ciclovia ao redor da lagoa, eis que surgiram escrituras, que  multiplicam-se, o que merece uma análise da justiça sobre a febre proliferativa.  O prefeito Colbert Martins respondendo a uma pergunta  em debate, no Rotativo News, disse que o governo federal  para liberar a verba está exigindo a comprovação da titularidade do terreno e disse que em Feira tem gente que é dono de tudo.

 Ora, se é área de proteção ambiental  o prefeito poderia declarar que é área institucional, liberar a verba e fazer a obra, afinal, mesmo que alguém comprovasse posse, ainda assim,  não poderia construir, por ser APA, ou a Prefeitura vai continuar tolerando invasão, autorizando serviços públicos e liberando habite-se? Aliás, se recordamos bem, houve  uma verba que foi liberada na Prefeitura para realizar um cadastra por georeferenciamento, portanto, a PMFS, já tem documentado esse registro, exceto se tiver sido  conversa para boi dormir.  Além disso,    se preferirem, existe um documento antigo, elaborado pela UEFS, delimitando áreas da lagoa.
 A realização da ciclovia está, portanto, sob a decisão do prefeito Colbert, que arcará com o mérito ou a culpa do resultado, assim como as administrações anteriores tem sua responsabilidade. No entanto, ao lado da Prefeitura, os órgãos do Estado, parecem não enxergar o que está acontecendo, assim como, o Ministério Público, que precisa posicionar-se seriamente sobre essa questão de invasão de área de proteção ambiental (APA), em nossa cidade, como é feito em Salvador, de forma tão incisiva e dura.    
  O custo da ciclovia não tem um valor impeditivo para uma ação do governo do Estado e até mesmo, da PMFS. Assim,  Prefeitura,  governo do Estado,  MP,  demais órgãos de Vigilância Ambiental, não podem lançar sobre essa  questão  um  silêncio omisso, nem permitir que ela se  torne uma baronesa irremovível da lagoa  que tantos  insistem em tentar fazer desaparecer.

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