sexta-feira, 24 de janeiro de 2020


Brasil, ame-o ou deixe-o
         Usei como título essa frase que foi marca do governo militar na década de 79, justamente para exemplificar que, dependendo do contexto, uma frase pode ser considerada boa ou ruim. Aqueles que combatiam o governo de Médici (inclusive eu) avacalhavam a frase como símbolo de um nacionalismo fajuto promovido por um regime que espancava, prendia, torturava e matava quem contestasse suas ideias e ideais, mesmo que fosse um inocente cidadão exemplar. Porém, hoje eu vejo essa frase com simpatia, pois ela me remete ao meu patriotismo, me animando a sentir orgulho de ser brasileiro, coisa que perdi há muito tempo. Estou falando tudo isso porque o governo federal acaba de demitir, e com justa causa, um secretário Nacional da Cultura, porque parafraseou um nazista. Contudo ouvindo ou lendo o que disse o secretário, percebo que ele seria enaltecido, pois o conteúdo nos remete ao patriotismo e ao orgulho de ser brasileiro. Esse foi um caso claro da frase certa dita na hora e lugar errados. Se a frase tivesse sido cunhada por ele, e não por um nazista, estaria agora sendo parabenizado. Coisas da política.

Magia
         Estou assistindo uma série que, em nossa língua, traduz-se como “Bruxa do bem”. Segundo minha filha, que na adolescência era apaixonada por bruxas e bruxarias, a série é “bobinha e leve. Gostosa de assistir”. Contudo, olhando além das trivialidades, eu percebi como o desenrolar das tramas nos remete a refletir sobre como estamos tão ocupados ouvindo os nossos próprios pensamentos, nossa própria voz, que deixamos de escutar o que pensam ou falam os demais seres vivos à nossa volta, inclusive os humanos. Quantas vezes eu acreditei estar conversando com alguém, quando, na verdade, apenas eu ou meu interlocutor falava. E o que é pior. Na maioria das vezes coisas sem importância alguma. Olhando mais além, redescubro que, faça eu o que fizer, não mudarei uma vírgula na história que já está escrita. Cabe-me apenas interpretar o meu papel e não perder as minhas deixas, nesse grande teatro que é a vida. Quem quiser, como eu, ouvir e aprender o que falam os demais seres vivos, basta fazer silêncio e observar os seus comportamentos. Eles se expressam, em sua maioria, de forma silenciosa, através de movimentos corporais, cores, emissões de odores e ruídos que compõem as suas vozes. Ora, direis. Ouvir estrelas. E eu direi: Por que não?

O certo pelo duvidoso
         Curioso o discurso dessa gente que vive apregoando que “o grupo de José Ronaldo já está no poder há 20 anos, e que está na hora de trocar. Me soa como dizer que o Barcelona vai se desfazer de todos os seus craques e vai comprar jogadores brasileiros no estado do Espírito Santo, porque os torcedores já estão cansados de ver o time jogando tão bem. Sei que quem fala isso é porque tá doido pra arranjar uma boquinha no governo, mas não consegue, seja por incapacidade ou desonestidade. Mas, tem gente que cai nessa conversa mole. Eu não. Em time que tá ganhando não se mexe.

Te contaram não?
         Talvez as crianças não saibam, mas qualquer brasileiro em idade capaz de trabalhar, sabe que se assumir um cargo público tem que pedir licença sem remuneração à empresa na qual é empregado. Após deixar o cargo público ele pode voltar ao seu antigo cargo, sem prejuízo dos seus direitos trabalhistas e previdenciários. Então por que diabos Regina Duarte aceitar assumir um cargo público, teve que ser informada através do Jornal Nacional sobre os seus direitos e deveres trabalhistas? Uma senhora de 70 anos, em pleno gozo das suas faculdades mentais? Tenham dó! É ridículo demais. E se foi uma tentativa de ameaça de demissão, pior ainda. Que coisa feia...

Língua
         Às vezes reclamo de que alguém falou ou escreveu de forma errada. Mas, não é por mal. É que me incomoda ouvir ou ver professores, profissionais da imprensa, políticos ou gente famosa, falando ou escrevendo errado. Como jornalista sempre me preocupei em falar e escrever corretamente, não por boçalidade ou coisa assim, mas por entender a minha responsabilidade quanto às demais pessoas, leitores ou ouvintes. O público vê em nós, jornalistas, um exemplo de conhecimento da língua através da qual nos expressamos. Crianças principalmente, porque ainda estão em formação e se aprenderem errado será difícil consertar depois de adultas. Conheço muito adulto que fala e escreve errado, mas não os censuro, porque sei que trouxeram seus equívocos do meio em que viveram. Mas eu não me dou esse direito, porque tive educação caseira e acadêmica de boa qualidade. 

Valeta
         Lembram dessa nota que dei na semana passada? "Há cerca de duas semanas funcionários da Embasa abriram uma valeta cortando a rua Papa João XXIII, em frente ao condomínio Santo Expedito, par fazer uma ligação de água. Arrancaram o asfalto e os paralelepípedos, colocaram os canos e jogaram areia em cima, deixando pedaço de asfalto espalhados e os paralelepípedos amontoados junto ao passeio. O Trânsito na rua é pesado. Carretas e caminhões carregados passam a todo momento, além de ônibus, vans, picapes, automóveis e motos, é claro. Isso está fazendo com que a valeta esteja crescendo e, com certeza, com as chuvas, aparecerão mais buracos. Mas, a Embasa é isso aí, vai quebrando o que não construiu e quem quiser que conserte. A Prefeitura diz que não é com ela, e o Estado também não assume. A nós, pobres mortais, resta pagar os impostos e o caríssimo serviço pelo abastecimento de água que nem sempre sai das torneiras, dando lugar ao ar".
Bem, agora já são três semanas e a valeta depois das chuvas ficou assim como podem ver na foto. Os motoristas estão quase subindo no passeio para transpor a valeta.







Philosopher
         “É melhor falar errado e fazer o certo, do que falar certo e fazer o errado” (Patativa do Assaré)

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Por hoje é só que agora eu vou ali ouvir os maravilhosos sons do silêncio

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