segunda-feira, 30 de março de 2020

O erro de Bolsonaro


A ciência erra, mas a falta de ciência erra mais. E é possível defender uma quarentena otimizada por testes tentando preservar a economia dos mais frágeis, mas o que Bolsonaro está fazendo, na contramão do mundo e até de Trump, e contra seu Ministro da Saúde, é um equívoco.
Evidente que não existe dado definitivo sobre qual é a melhor escolha nessa batalha entre economia e saúde, assim como sobre o comportamento do vírus em um país tropical e extenso como o Brasil, mas até agora não temos dados que sugiram comportamento diferente. Diante disso é mais adequado estar preparado e trabalhar com contenção do que estimular a expansão da doença.
Bolsonaro está em uma queda de braço perigosa: demite seu Ministro da Saúde, nesse momento, e será crucificado; mantém, e mostrará que seu poder já está limitado, pois, não foi obedecido.

Há um jogo, sem dúvida, sendo jogado para o período pós-pandemia e nele Bolsonaro será a grande caça. É melhor alinhar seu discurso e se apoiar na sua boa equipe técnica.
Enquanto isso, quem pode, fica em casa.

A falta de testes

A maior falha, a mais clamorosa,  é a inexistência de testes. Imobiliza recursos humanos na saúde, ocupa leitos de isolamento, traz desgaste emocional, sem necessidade.
A pandemia foi mais que anunciada. Deixar para comprar testes essa semana foi a maior falha de uma equipe que tem feito um ótimo trabalho no enfrentamento a doença.

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