segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Crônica de segunda

A Caça a Raposa

Cansado da pouca atenção que o pai lhe dava, um jovem inglês resolveu que faria algo que chamasse a sua atenção. Certo dia, foi com o pai até a propriedade rural da família, situada nos arredores de Londres, para acompanhar a chegada de uma remessa de cem novos cães de caça que seu pai, um famoso criador, havia enviado para o adestramento na caça a raposa.

Os cães treinados neste aristocrático esporte inglês funcionam como verdadeiras máquinas e, uma vez soada a trombeta do caçador, saem em disparada pelos campos e só param quando encontram uma raposa. A obstinação dos cães de caça a raposa é lendária.

Quando o caminhão chegou trazendo sua valiosa carga, o pai do garoto entrou em casa para acertar com o motorista os detalhes do frete. O rapaz então abriu a porta da grande jaula sobre o caminhão e soou uma trombeta de caça para, em seguida, ver cem obstinados sabujos partirem como raios pelos verdes campos da Inglaterra. Até hoje ainda deve ter algum cão daquela remessa perdido pelos bosques ingleses e, quem sabe, criado até alguma descendência com algumas cadelinhas dos povoados próximos a Londres.

Diz a lenda que, dias depois, um dos cães foi encontrado num povoado há dezenas de quilômetros, acuado e uivando desesperadamente numa praça onde vivia em cativeiro o último exemplar de raposa prateada encontrado nas redondezas. O lugar hoje é ponto de visitação turística, aonde centenas de pessoas vão diariamente para ouvir a história contada pelos guias e ver as estátuas do cãozinho e da última raposa prateada de toda a Inglaterra.

N. A. –   Esta historieta é um alerta bem humorado a todos os caçadores do planeta Terra e uma homenagem a todos os cães de caça, exemplos de fidelidade e perseverança.

A Caça a Raposa ainda é praticada na Inglaterra, mas é ferozmente combatida pelos ambientalistas e protetores dos animais.

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