Os jogos das comunicações
No início dos anos 80 o radialista e jornalista Zadir Marques Porto convocou alguns jornalista para um time que ele estava formado para jogar no torneio do Dia do Carteiro. Todo ano, naquela data, os Correios promoviam um jogo de futebol entre radialistas e jornalistas, e o time vencedor disputaria um troféu com a equipe dos Correios, que era bem afinada e difícil de ser batida. O primeiro jogo, entre os profissionais da Imprensa, seria realizado no campo do 35º Batalhão de Infantaria (35 BI), gentilmente cedido pelo comando daquela unidade do Exército. Seria num sábado, e o vencedor jogaria no domingo, contra o time dos Correios. Assim foi que no sábado, os jogadores das duas equipes começaram a chegar ao local do jogo, mas, no meio do time dos radialistas, havia muitos jogadores sem qualquer vínculo com a Imprensa. Eram jogadores de clubes amadores da cidade e até profissionais. Zadir, que era o “técnico” da equipe dos jornalistas, fez ver aos promotores do evento que a equipe dele contava exclusivamente com jornalistas, que trabalhavam em jornais da cidade, não sendo justo competir com profissionais. Os promotores então desclassificaram a equipe dos radialistas e marcou o jogo dos jornalistas contra os Correios para o dia seguinte.
No Domingo, então foi realizado o jogo. Para surpresa geral, até mesmo do “treinador”, a equipe dos jornalistas chegou a abrir dois gols de vantagem sobre o fortíssimo time dos Correios. Mas, no segundo tempo, veio o empate e o jogo terminou em 2 X 2. O regulamento previa disputa por pênaltis. Mas Zadir tomou a dianteira, e declarou que, como a festa era dos carteiros, e o jogo fora leal e bem disputado, justo seria que o troféu ficasse com os “donos da festa”, o que foi aceito e aplaudido por todos, seguindo-se uma grande confraternização.
Durante a festa Zadir Comentou com o colega Cristóvam Aguiar: Seria bom se a gente pudesse ter um Torneio das Comunicações. Os dois concordaram e partiram para organizar Os Jogos das Comunicações, a serem realizados durante a Semana da Imprensa. Foram até o Serviço Social da Indústria (Sesi) e conversaram com o seu diretor, professor João Artur de Carvalho, que gostou da ideia e se prontificou não só a ceder o ginásio de Esportes como também a auxiliar na organização e realização do dos Jogos. Zadir e Cristóvam fizeram a divulgação do evento entre os colegas da Imprensa, solicitando que inscrevessem suas equipes no Sesi, que, por sua vez, organizaria a tabela, o regulamento e cederia os juízes dos seus quadros, para apitar os jogos que, inicialmente, foram apenas de futebol de Salão.
Equipe da Ass. Imprensa da PMFS bi-campeão dos Jogos
Os Jogos da Comunicações obtiveram
um relativo sucesso. E nesta fase vale destacar a equipe da Assessoria de
Comunicação da Prefeitura Municipal, que disputou três finais, sendo bicampeã e
vice-campeã, respectivamente, nas três primeiras temporadas. Os jogos ainda
evoluíram mais tarde para outras modalidades, mas sem um motivo aparente se
desgastaram e foram extintos. Vale salientar que Feira de Santana tem uma
tendência mórbida a desvalorizar as coisas que lhes são natas, valorizando mais
o que vem de outros lugares. Neste caso, são inúmeros os exemplos. Vale citar
alguns nas áreas sócio esportivas. Os Jogos Abertos do Interior, as Olimpíadas
Estudantis, os Clubes socio esportivos como o Feira Tênis Clube e o Clube de
Campo Cajueiro.
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