domingo, 28 de março de 2021

Histórias da Princesa

    


Hoje vamos falar de mais um homem ilustre que passou por Feira de Santana deixando sua marca como médico e político. Trata-se de Dr. Augusto Mathias, além da medicina, exerceu alguns cargos públicos e foi vereador e deputado estadual.

Dr. Augusto Mathias

    Entre os homens ilustres de Feira de Santana, destaca-se o Dr. Augusto Mathias. Nascido em São Félix, a 07 de outubro de 1915, filho de Alberto Mathias da Silva e Augusta Maria da Conceição Silva, o médico e pecuarista Augusto Mathias da Silva radicou-se em Feira de Santana. Foi casado com Bernadete de Lima e Silva (falecida), e Uiacy Maria Costa Mathias. Seus filhos são Luiz Augusto, Roberto, Sônia Maria e Maria Augusta. Cursou o Ginasial no Instituto Bahiano de Ensino, 1934. Formou-se em Ciências e Letras, no Instituto Bahiano de Ensino, 1935. Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, 1940. Foi graduado com Oficial de Reserva, 1943. Em 1952 cursou Técnica de Missões Rurais, em Cruz das Almas.

Depois de atuar como médico em Conceição do Almeida-BA, de 1941 a 1944, foi para Tanquinho-BA, onde atuou de 1944 a 1952. Já em Feira de Santana, foi secretário municipal de Saúde, de 1964 a 1967. Nomeado pelo governo do Estado como diretor da 2ª Diretoria Regional de Saúde-DIRES, que tinha na sua área de atuação ainda os municípios de Alagoinhas, Serrinha e Ribeira do Pombal, 1967 a 1970. Ele também foi provedor da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana nos períodos de 1959-1960, 1963-1970, 1977-1978. Dr. Mathias, como era chamado comumente, era um homem voltado também para os problemas da comunidade e não se furtava a participar dando sua contribuição para a solução destes problemas. Não por acaso ele foi Conselheiro e fundador da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e diretor médico do Fluminense de Feira Futebol Clube. Procurado por um grupo de desportistas, cedeu por empréstimo uma área pertencente à Santa Casa de Misericórdia, vizinha ao Hospital Dom Pedro de Alcântara, que serviu de campo de treinamento para um dos maiores times de futebol amador da cidade, o São Paulo, que funcionou até o dia em que A Santa Casa arrendou o terreno onde está funcionando um supermercado.

Política

Eleito vereador em Feira de Santana, exerceu mandatos de 1947 a 1951 e de 1954 a1958. Elegeu-se deputado estadual pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA) exercendo mandatos de 1971-1975, reeleito pela ARENA, 1975 a 1979, 1979 a 1983, este último, filiado ao Partido Democrático Social (PDS, que substituíra a Arena, extinta). Eleito novamente para um mandato de 1983 a 1987, renunciou em julho de 1984 para exercer o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Em sua atividade parlamentar, Dr. Augusto Mathias esteve filiado apenas à Arena, que foi extinta e deu lugar ao PDS, por onde ele também se elegeu deputado. Durante os seus sucessivos mandatos, ele exerceu os seguintes cargos:

Presidente do Diretório Municipal da ARENA;. Presidente da Mesa Diretora da Câmara Municipal; Na Assembleia Legislativa da Bahia, 3º vice-presidente da Mesa Diretora; 1º secretário da Mesa Diretora; Presidente da Comissão de Redação; Vice-presidente das Comissões de: Agricultura e Incentivo Rural, Constituição e Justiça, Desenvolvimento Econômico; Titular das Comissões: Redação Legislativa e Leis Complementares (1971, Desenvolvimento Econômico, Social e Urbano, Educação e Serviços Públicos, Educação e Cultura, Saúde, Trabalho, Bem-estar Social e Serviços Públicos, CPI da Poluição, Finanças e Orçamento, Saúde Pública e Saneamento. Recebeu as seguintes Condecorações: Título de Cidadão dos municípios baianos: Candeal e Paripiranga; Comenda Maria Quitéria, 1999, Feira de Santana.

Apesar de ser um médico conceituado e político vitorioso, Dr. Augusto Mathias era um homem simples, de hábitos comuns, e atendia a todos com a mesma presteza e atenção. Era muito querido pela comunidade, mas não capitalizava esse seu carisma para atrair votos. Sua votação vinha apenas da gratidão e da amizade que ele inspirava nas pessoas de qualquer classe social. Se o médico não via barreiras, o homem também não. E ele honrava os votos recebidos buscando atender às demandas de qualquer um que o procurasse, sendo aliado político ou não. Essa é a opinião geral de todos que conviveram com este ser humano diferenciado.

Em 1976 Colbert Martins era o forte candidato do MDB para suceder a José Falcão que havia derrotado João Durval no último pleito. Colbert fora vereador e se preparava há anos para ser candidato a prefeito, e recebera de José Falcão a direção da Surfeira, uma autarquia que era uma “máquina” de fazer votos. E na Arena ninguém queria se arriscar a uma derrota concorrendo contra Colbert. Os líderes do partido viram então em Dr. Augusto Mathias o nome capaz de enfrentar em pé de igualdade com Colbert. Ele, como um bom “soldado do Partido”, aceitou ser candidato pela Arena. Mas, numa das primeiras entrevistas que deu, perguntaram-lhe se ele tinha mesmo aceitado ser o candidato da Arena, ao que ele respondeu: “É. Me deram esse abacaxi pra descascar”. Ninguém sabe ao certo se ele disse aquilo de propósito ou se foi traído pela sua consciência, mas os líderes do partido o “desconvidaram” e a versão oficial é que ele teria desistido. O certo é que colocaram o Médico Ângelo Mário de Carvalho e Silva como candidato e Colbert venceu as eleições com cerca de 8 mil votos de frente. Uma verdadeira “cavada” para aquela época. Dr. Augusto Matias faleceu em 29 de agosto de 2000.

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