domingo, 31 de agosto de 2008

sábado, 30 de agosto de 2008

Artigo da Semana

Chega de conversa mole

No país dos juros exorbitantes, do excessivo lucro dos banqueiros, dos altos salários e gastos de deputados, juízes e senadores, da excessiva carga tributária, dos escândalos financeiros e tudo enfim que escorcha, extorque, indigna e inferniza vida de quem trabalha honestamente, perdura também uma excrescência chamada Taxa de Assinatura Telefônica.
Como bons cordeiros que somos, vamos deixando o tempo passar, e mesmo sem fazer uma só ligação durante o mês, ainda recebemos a conta para pagar R$ 40,37 (residencial) ou R$ 56,08 (comercial), por um serviço não prestado. E ainda tem aquelas ligações fantasmas, que você nunca sabe quem fez, mas sempre aparece, mesmo que você more sozinho e tenha certeza que não ligou para ninguém em Tegucigalpa ou Conectitut.
Não adianta reclamar. Você pode até constituir um advogado e entrar com um processo na Justiça (você acredita nela?), que você só vai se aborrecer e gastar muito mais. O negócio é: Pague e não bufe! Existem projetos tramitando na Câmara dos Deputados, como o Projeto de Lei é o de n.º 5476, que objetiva acabar com essa cobrança indevida, inaceitável, abusiva mesmo.
Mas estes processos se arrastam, vão sempre deixados de lado, enquanto nosso políticos se preocupam em pedir segurança das forças armadas para fazer campanha em favelas do Rio de Janeiro, ou criar cotas para empregar parentes em órgãos públicos.
Vez em quando eu recebo um E-mail de algum amigo me informando que existe um telefone para que o povo possa se manifestar se é contra ou a favor do cancelamento da taxa de assinatura dos telefones fixos. O negócio funcionaria da seguinte forma: Ligue 0800-619619, de segunda a sexta-feira, das 08 às 20 horas. Não digite nada. Espere para falar com uma atendente. Diga que é para manifestar a favor do cancelamento da taxa de telefone fixo. O telefone seria da Câmara dos deputados.
Eu, sinceramente, não liguei e não acredito que vá resolver. Aliás, eu só acredito que a gente só vai endireitar esse país no dia em que todo mundo entender que essa gente só conhece a lei da força. Então, o negócio é parar coma conversa mole e partir pra luta. Armada, se necessário. Aliás, não é por acaso que desarmaram os cidadãos e deixaram os bandidos armados. Nós, cidadãos, somos perigosos, quando imbuídos de indignação. Os bandidos não.

Sempre Livre - 30/08

Olimpíadas
O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Olímpicos em 24° lugar. Não é o desempenho esperado ou desejado, mas, não tá tão ruim quanto dizem os críticos. Afora algumas decepções (futebol masculino), ou frustrações (futebol feminino e vôlei masculino) ficamos a desejar ainda em judô, vôlei de praia, atletismo e hipismo, entre outros esportes onde havia a esperança de um desempenho melhor. Mas o Brasil sai dos Jogos Olímpicos à frente de todos os demais países sul americanos, e à frente até mesmo de Cuba, uma tradicional “papa medalhas”. Uma ou duas medalhas de ouro a mais, e estaríamos entre os 15 ou 16 melhores do mundo. Sim, decepções e frustrações existiram, mas, como disse, não foi tão ruim quanto dizem.

Incompetência premiada
A seleção de futebol masculino, que já entrou em campo derrotada no jogo contra a Argentina, uma equipe sem liderança, sem atitude, sem garra, sem respeito próprio, teve nada menos que nove jogadores convocados pelo técnico Dunga para os difíceis jogos que temos pela frente nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Um prêmio pela incompetência e covardia demonstrada em campo. Vem mais decepção por aí.

Quem era o prefeito?
O candidato do PT, Sérgio Carneiro, continua insistindo de que foi um grande benfeitor da cidade, quando seu pai era governador e ele presidente da famigerada Interurb. Aparece na televisão, com a maior cara de pau, desfilando obras do governo do Estado e da Prefeitura, como se tivessem sido realizadas por ele. Por conta disso, o vereador Roberto Tourinho já protestou no plenário da Câmara Municipal, pois segundo afirma, e com razão, muitas das obras alegadas por Sérgio, foram realizadas na verdade por falecido prefeito José Falcão da Silva, pai de Tourinho. Ser engenheiro de obras prontas é ótimo, mas eu gostaria que ele explicasse, por exemplo, onde foi parar o dinheiro para construção do acostamento da Avenida José Falcão da Silva, realizada pela Interurb. Isso ninguém assume.

Populares
Vem aí o Encontro de Figuras Populares. Segundo Reginaldo Pereira, já tem gente se assanhando pra participar. Mas, lá entra quem é realmente popular. Xô, bicão!

No Priquito
Inês era prostituta numa cidadezinha do interior, e morava num bordel na localidade do “Periquito”. Certa noite, o pau quebrou e muita gente foi parar na delegacia. Convidada a depor, Inês disse ao delegado: “Seu delegado. Eu nasci no Priquito, no Priquito me criei. Ganhei cabelo branco no Priquito. Mas nunca vi tanto pau no Priquito como vi essa noite”.

Depoimento
Falando em brigas e depoimentos, eu me lembrei de um caso que Pipiu Bahia conta. Segundo ele, teve uma briga na igreja Matriz, lá pela década de 50. As mulheres que estavam no mezanino da igreja gritavam enquanto os maridos se engalfinhavam lá em baixo. Chamado a depor, um sujeito disse ao delegado: “Seu delegado. Eu fui de uns que viu o meximento das mulheres por riba e dos homens por baixo. Quando eu corri pra porta da igreja, já encontrei seu Valadares com o pau na mão”.

Cópia
O Site do candidato Colbert Martins está soltando foguetes porque o Blog da Feira divulgou o que o site do candidato do DEM é plágio (cópia) do site de Barack Obama, candidato a presidente dos Estados Unidos. Duas perguntas: 1 - Desde quando é ruim copiar o que é bom? 2 – O que tem o fiofó a ver com as calças?

NoiteDia
A edição do jornal NoiteDia de hoje traz uma entrevista com o candidato a prefeito, Colbert Martins Filho (PMDB). No meu editorial falo da “excrescência” que a tal da taxa de assinatura de telefones fixos. Não sei quanto a vocês, mas eu tô cansado de sustentar vagabundos e ladrões.

Hilário eleitoral
Estive ouvindo a propaganda eleitoral e confesso que dei boas risadas, embora a coisa seja trágica. É que eu não agüento ver a performance de algumas figuras no rádio ou na TV. Tem um que mente, descaradamente. Distorce os fatos, confunde a opinião pública, usa as mesmas táticas de 20 anos atrás. O outro, parece um pastor vociferando no púlpito contra o “inimigo”, e os “filhos de Belial”. A coisa fica mais gozada ainda quando aparecem os candidatos a vereadores. Eu tive uma crise de risos quando um falou em Dr. Colbé Martinho.

Philosopher
Nestes tempos eleitorais, tem um dito popular que cai bem no momento: “Político é que nem dono de sauna, vive do suor dos outros”.

Dr. Martinhos
Essa entrou pro folclore: Quando eu trabalhava no gabinete do ex-prefeito Colbert Martins, lá pelo início dos anos 80, tinha uma funcionária chamada Tereza, a quem o prefeito encarregava de entregas os passes livres em ônibus.Conforme ele ia autorizando, Tereza, que a gente chamava de “Têco”, ia entregando. Toda semana aparecia por lá um caboclo da zona rural, procurando uns passes que Colbert tinha lhe prometido. E Têco sempre dizia: “Dr.Colbert ainda não autorizou”. Um certo dia ele se aborreceu e desabafou pra cima da moça: “Dona Têcos, a senhora está segurando meus passos. Eu falar com Dr. Colbert Martinhos”.

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Por hoje é só, que agora eu vou ali desmentir alguns políticos mentirosos. Vai ser caco de político pra todo lado.


“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida... mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure sempre...”
(Vinícius de Moraes.)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Crônica da Semana

Sobre evangélicos e outros espécimes

Dizem que um bom trabalhador não escolhe tarefa. Há 29 anos fazendo textos jornalísticos, eu bem que já poderia me dar ao luxo de escolher o que escrever, mas não é o que acontece. Ainda permito que, por influências de amigos, escrevo textos que, fatalmente, vão me levar a ser gozado por outros amigos. Fui dar uma mão ao amigo e new evangélico, Antônio José Laranjeira, e vejam o que aconteceu: fui gozado no Rodabahiana.
Mas os meus fãs podem ficar sossegados. Eu não sou pervertido, nem estou convertido, como insinuou Edson Borges (com a inevitável cumplicidade de Reginaldo Pereira). Continuo o mesmo: Boêmio, alegre, festeiro e (pasmem), Cristão até no nome, desde que nasci.
Mas não é por isso que tenho que aturar os fanáticos religiosos, de qualquer igreja, seita ou o escambau do Ovo da Ema. Não dou mole pra eles. Se tem padre veado, garanhão, pedófilo, ladrão ou seja lá o que for, eu detono. O mesmo vale para pastores, rabinos e afins. Não por acaso, enchi de balas um alto falante de uma igreja próxima a minha casa, cujos pastores se recusavam terminantemente a abaixar o volume, para que eu pudesse ter um pouco da paz que eles tanto pregam. “Deus não é surdo! Orem baixo por favor”, alguém já suplicou, e eu concordo.
O nosso colega do jornal “A Tarde”, José Augusto Berbert, falecido recentemente, era dos meus. Uma destas Testemunhas de Jeová (que sequer viu a briga), vivia lhe torrando a paciência, e ele resolveu o caso de uma maneira que eu também resolveria: Pregando-lhe um baita susto (um dia eu conto esta história numa crônica).
O fato é que eu creio em Deus, trago Cristo no coração, e não vivo enchendo o saco do Pai, nem do Filho, nem do Espírito Santo, nem da Virgem Maria, por pouca coisa. E também não suporto quem faz disso um meio de vida, explorando a fé alheia, na maioria das vezes com interesses escusos.
Eu tenho paciência, sim, com aqueles que fazem da religião um bálsamo para as almas sofridas. Mas enxoto como cão vadio, aquele que vem a minha porta me torrar o saco com sua lengalenga inoportuna, ineficaz e interesseira, passando-se por mensageiros de Deus.
E foi assim que um destes sujeitos tentava convencer um grupo de pessoas sobre a importância do Dízimo, alegando que, por exemplo, R$ 10 Reais, é muito pouco para se pagar mensalmente, por todas as maravilhas que Deus nos deu. Eu concordo, e até pago. Desde que ele, Deus, venha receber pessoalmente e traga um recibo. Não aceito intermediários.
É. Essas coisas me fazem perder a paciência (que já é curta), e me levam, às vezes, a dizer besteiras como a que disse outro dia. Uma certa manhã de domingo, lá estava eu, pilotando o fogão para fazer meu sertanejo café da manhã dominical (cuscuz, carne do sertão, ovos de galinha caipira, aipim, beiju e otras cositas mas), quando me acudiram à porta dois cavalheiros a tocar a campanhia. Deixei tudo no fogo e corri até a porta, antes que eles acordassem todo o povo da casa. Quando cheguei ao portão, um deles exclamou, cheiro de entusiasmo: “Bom dia, irmão! Sabe porque estamos aqui? Nós estamos aqui porque Jesus te ama”!
- Então avisa pra ele que eu sou casado – respondi, mau humorado, virando-lhes as costas.