segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Governo vence batalha da eleição no Congresso

César Oliveira
Não, ninguém é obrigado a apoiar o governo Bolsonaro, mas a imprensa tem o dever de ser honesta com os fatos. Tivesse Renan vencido a eleição do Senado todos os jornais amanheceriam com a manchete: governo é derrotado no Senado e dificulta aprovação de reformas.
Analistas mostrariam a falta de habilidade de Onix e a fraqueza de Bolsonaro. Acontece que o governo teve uma vitória esmagadora com a Câmara, e Senado, derrotando, inclusive, Renan Calheiros, considerado imbatível. E quais as manchetes no dia seguinte sobre isso? Nenhuma. Alguma análise sobre o fim de um ciclo? Não. No máximo, no Estadão, podia-se ler:Governo vence, mas destino das reformas é incerto. Jamais uma manchete positiva, algo que parece envergonhar essa extrema-imprensa.

Há analista que virou meme no tuiter por sua análise de torcedor, como dizem aqui na Bahia, "escalafobética" e outros que chegaram a dizer que agora as reformas ficam mais difíceis, o que sugere que o governo deveria ter trabalhado pela vitória do adversário, porque só assim, perdendo, sairia vitorioso. É fenomenal.
Não, ninguém está dizendo que Renan está morto, mas é evidente que uma coisa é ser um Senador - ainda que articulado-, outra coisa ser o presidente do Senado, que determina pautas e faz até o que Renan já fez:violar a Constituição para salvar Dilma, no impeachment.
A eleição do Senado foi uma vitória de Onix, de outros senadores e uma reafirmação do poder das redes sociais. Infelizmente teve todas as baixarias possíveis: agressões, um incrível roubo de pasta com documentos da presidência, por Kátia Abreu, tentativa de fraude aparecendo 82 votos, quando só existem 81 senadores, regimento atropelado, e Toffoli acordando as 4 da manhã para dar liminar a Renan.
O ato final foi um sórdido tuiter de Renan contra Dora Krammer, jornalista da Veja, acusando-a de todo tipo de baixaria sexual, e de assédio,  provando que deveria estar preso há muito tempo e eliminado da vida pública pelo cangaceiro que é, se o STF trabalhasse durante o dia com a mesma disposição que trabalha de madrugada, e tivesse julgado seus 14 processos.
O governo Bolsonaro tem de ser criticado no que merece; elogiado, no que fizer certo. É assim que devem agir os que lidam com a informação, mas a lama da pauta militante está soterrando a mídia tradicional. É, por isso mesmo, que ela está morrendo.

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