terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A formatura de Michele


A formatura da primeira turma do curso de Medinica da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) acontece no próximo sábado (30). Entre as formandas está Michele Matias Bezerra de Oliveira, filha do empresário Nelson Roberto, o “Rei Nelsinho”, e de Dona Marilene. Ela foi a 21ª colocada no primeiro vestibular para Medicina da UEFS, realizado no ano de 2003.
Segundo Seus pais, desde pequena ela sempre foi inquieta. Gostava de estudar e vivia promovendo eventos, como um desfile de moda realizado em sua residência, na época, no bairro do Jardim Cruzeiro. Ela também estrelou o primeiro comercial da Kamys na televisão, quando ainda era uma garotinha de sete anos.
“Ela poderia se dedicar a qualquer ramo de atividade, que eu tenho certeza que ela se sairia bem. Eu posso mandar ela me representar em qualquer lugar, sem susto”, diz orgulhoso o pai coruja. “Michele é caprichosa em tudo que faz, e sempre toma a iniciativa”, completa Dona Marilene, não menos orgulhosa.
Para que se tenha um exemplo, quando foi inaugurado o Shopping Iguatemi, ela foi uma das primeiras a abrir uma loja de moda feminina, a S’chielle. Quando tinha 15 anos, nem o amor pelo primeiro namorado a impediu de ampliar seus horizontes, e ela embarcou para a Nova Zelândia onde estudou por seis meses. Ao final do período, juntamente com outros alunos estrangeiros, inclusive uma brasileira, ela recebeu o certificado de “Melhor Desempenho”.
“Eu sempre quis conhecer novas culturas, ver pessoas diferentes, ver como é o mundo lá fora. Nada de ficar aqui dando voltas em torno do meu próprio umbigo”, diz ela.
O curso de Medicina da UEFS aplica uma nova metodologia de ensino, que o Aprendizado Baseado em Problemas (PBL). “Para mim foi um susto na época. Porque eu passei 11 anos estudando por um método onde eu fico sentadinha, escutando o que o professor diz, e no curso de Medicina, onde o aluno é o agente principal de ensino. O professor, agora chamado tutor, apresenta um problema e os alunos estudam, discutem e buscam nos livros a solução para o problema”, lembra ela.
Além disso, pelo novo método, o aluno tem logo contado com as comunidades. Michele, oriunda de classe média alta, diz que ficou entre chocada e emocionada quando conheceu a realidade das pessoas que moram nos bairros mais pobres da cidade. “Boa parte daquela gente vive em casas cujos quintais são matagais ou lagoas. Quando chove as casas são invadidas por águas, que trazem animais e insetos nocivos, inclusive pelos caramujos transmissores da Esquistossomose”, diz.
O certo é que a Dra. Michelle e os seus colegas vão tratar de pacientes sobre os quais já conhecem a realidade. O meio onde vivem, a quais doenças estão expostos, e também o histórico familiar de doenças, pois desde que entrou no curso até o presente momento, conviveu diariamente com aquelas pessoas.

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