quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Meus queridos médicos, aquele abraço!



Todo brasileiro é um médico. Todo mundo conhece uma receita que é “batata” para curar enxaqueca, pé de atleta, dor na coluna, dor de cabeça, dor de corno ou dor de cotovelo. Quantas vezes me apanhei receitando mezinhas para amigos médicos, que pacientemente escutaram este paciente metido a médico? Perdi a conta. Mas eles sabem que, quando o “bicho pega”, vamos bater às portas dos seus consultórios, e com a cara mais limpa desse mundo.

         Mas ser médico é isso aí. Paciência, compreensão, amor ao próximo, renuncia, e saco, muito saco, para aturar as intolerâncias, incompreensões e nervosismos dos seus nada pacientes clientes. É verdade que muitos não honram o juramento feito na formatura, mas hoje não é dia de criticar, e sim de elogiar e homenagear a estes anjos vestidos de branco, que nos aparecem nas horas mais difíceis, com um estetoscópio ao pescoço e uma maleta à mão, trazendo alívio para nossas dores.

           Às vezes eles são chatos. Parece até que sentem um certo prazer em nos proibir de fazer e comer as coisas que mais gostamos. E só de birra, a gente faz o que não deve e come o que não pode. Nesse caso, quando a gente não morre, lá vem o médico, pacientemente, tentar consertar as merdas que fizemos a nós mesmos. Rapaz! Vou confessar. Se eu fosse um médico, eu consertava o teimoso, mas tirava o maior sarro da cara dele: “Tu viu sacana. Eu não avisei? Agora fica aí de molho, com essa cara de santa puta, chamando por Deus. Quando ficar bom, se ficar, vai fazer tudo outra vez”. Ah! Eu ia tripudiar.

           Existem dois profissionais para os quais não se deve mentir. Advogados e médicos. Até porque, ele vai se nortear pelas informações que lhes dermos, para poder nos defender e tratar corretamente. Se a gente mente e a zorra dá errado, a gente acaba preso ou morto, o que reduz muito as nossas chances de fazer uma reclamação.

           Eu fico imaginando: O cara passa cinco anos alisando banco de universidade, faz residência, pós graduação, especialização, não para nunca de estudar, para poder curar doenças. Aí chego eu, um zé mané, que não sabe nem usar um termômetro, e questiono o diagnóstico do médico. É muita cara de pau. Eu sei. Mas vou agir exatamente assim na primeira oportunidade. Fazer o que? Parece que faz parte da natureza humana.

           Os médicos sabem disso. Por isso nos aturam. Preocupam-se com o nosso bem estar, a nossa saúde. E pra encerrar esse papo, eu vou contar uma história que ilustra bem essa preocupação, essa abnegação que os verdadeiros médicos têm pelos seus pacientes:

           Um médico amigo meu, me contou que estava de plantão no HDPA, e no final da tarde, quando já estava esperando o colega que o substituiria para o plantão da noite, começaram a chegar no pronto socorro, as vítimas de um acidente. Ele começou a atender. E tome sutura, algodão, esparadrapo, gesso, tipoia, e nada do colega chegar. Entrou pela noite e ele lá, atendendo aos feridos.

           Entre as vítimas, havia um cidadão que apresentava um furo na região glútea, um pouco acima do orifício anal. Ele limpou o ferimento, colocou medicamento e costurou. Já tarde da noite, cansado, exausto mesmo, foi para casa. Já deitado em sua cama, ele lembrou do paciente, e de tão cansado, ficou na incerteza sobre se havia costurado o buraco certo. “Será que eu costurei o fi-ó-fó do cara”? – Pensava ele.

           Não conseguiu dormir com aquela preocupação. Levantou-se, pegou o carro e voltou para o hospital. Só depois de conferir se tinha costurado o buraco certo, voltou para casa e pode dormir em paz, com a sensação gostosa do dever cumprido.

           Assim são os médicos.

           Aproveitem bem o seu Dia!

PS: Descupem tepetir este Artigo publicado em 2013. É que acho qeu vale a pena ler e rir de novo.

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