Ele oferece
seus serviços em um site em que se apresenta como o "homem careca" de
Omotesando, nome de uma arborizada avenida em Tóquio. Tsutomu Ikeda, de 46
anos, é, na verdade, um amigo de aluguel.
O site se
chama Ossan Rental. Ossan, em japonês, significa "homem de
meia-idade" e a plataforma online oferece mais de 70 homens que alugam sua
companhia para comer, beber, cantar e até viajar.
Ikeda tem um
negócio próprio, mas aluga sua amizade há cerca de dois anos. Ele encontra mais
de 30 clientes todo mês. Esse "trabalho" lhe consome, em média, 20
horas por semana.
O japonês,
contudo, afirma que não vê a atividade como trabalho e garante que não faz por
dinheiro. Tampouco considera como um hobby ou uma atividade voluntária.
"Eu ganho apenas 1 mil ienes (R$ 28) por hora,
não pode ser um negócio", argumenta.
Mas então por que ele se dedica tanto tempo
alugando sua companhia?
"Atualmente,
eu estou procurando por amigos ao me alugar. Eu já fiquei amigo próximo e
parceiro de negócio de clientes anteriores". Ele conta que até já juntou
alguns clientes para montar um negócio.
Rotina
Ikeda normalmente
vai onde o cliente quer. Em um vídeo para o site Magazine da BBC, Ikeda se
prepara para encontrar uma "cliente regular" num bar de karaokê em
Tóquio.
A
"amiga" chega e lhe dá um longo abraço com direito a tapinhas nas
costas. "Quanto tempo!", dizem ambos, visivelmente felizes. Quem vê a
cena de longe, imagina que são amigos de verdade e que a relação não envolve
nenhum tipo de contrato.
Ikeda pergunta o que a cliente quer fazer. Ela diz
que quer cantar - o que ambos acabam fazendo.
Após algumas
horas no karokê, ele segue para o segundo encontro da noite. A cliente
"reservou" Ikeda para jantar.
"Eu sou
do tipo dinâmico e os clientes gostam da minha energia. Mas muitos clientes
querem alguém para ouvi-los", diz Ikeda.
De acordo com o seu site, Ikeda já foi alugado para
ser barman, guia turístico e para assistir a partidas de beisebol.
"As formas de comunicação entre as pessoas
estão mudando", diz ele. "As pessoas tinham o costume de pedir ajuda
a quem as conheciam bem. Mas, agora, elas já não podem compartilhar algumas
coisas com essas pessoas, então vêm até nós." BBCBrasil
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