terça-feira, 26 de maio de 2009

Lembranças...


Acreditando que a vida não acaba aqui na terra, deveria marcar a data da passagem de entes queridos deste para outro plano. Mas, não costumo faze-lo. Lembro-me sempre do aniversário de nascimento daqueles que ainda estão entre nós presencialmente ou não. Hoje, dando uma passada pelo Blog de Dimas Oliveira, como de costume, deparei-me com um texto de Madalena de Jesus lembrando que foi em 26 de maio, há sete anos, que Egberto Costa, nosso Guibas, nos deixou.
Não sou muito dada a escrever artigos. Contudo, com as lembranças que me vieram dos últimos momentos que desfrutei da agradável companhia do nosso amigo, resolvi arriscar passa-las para o papel. Foi mais ou menos uma semana antes do trágica passagem de Guibas. Estávamos num coquetel onde o casal Renato e Alessandra Ribeiro comemorava o aniversário do programa Rádio Repórter. Naquela noite relembramos os bons tempos do Jornal Feira Hoje, quando ele era editor e eu e Cristóvam começamos nosso relacionamento, do qual ele se dizia cupido. Rimos muito, e combinamos que em breve nos sentaríamos mais uma vez para, entre um gole e outro, jogarmos conversa fora e matarmos as saudades dos velhos tempos. Ainda vejo o seu sorriso e escuto sua voz... fechando os olhos para falar, ele disse: vamos comemorar os 25 anos desse romance. Nós comemoramos os 25 anos, já estamos chegando aos 29 anos de união, mas, nosso velho Guibas já não estava aqui para testemunhar.
Como não tenho o dom que ele tinha para escrever, quero prestar-lhe uma homenagem, dizer-lhe que não o esquecemos, transcrevendo aqui um texto dele próprio, que está na pagina 21 do livro Estrada do Tempo, organizado pela nossa amiga Madalena de Jesus.

“Vou ao infinito
No infinito, onde eu vou viver, encontrarei um mundo diferente. Lá as pessoas se querem; ainda há lugar para se plantar uma flor. O ódio não existe. E, para ser sincero, há ainda um lugar especial, onde as pessoas se transformam e ficam belas.
Lá o amor não será taxado de infantil; será simplesmente amor. Não se esconderá nos diversos disfarces. No infinito as pessoas não terão vergonha de dizer que se amam, que se gostam e vivem um para o outro.
No infinito, não há ansiedade, a paz reina nos abraços. A covardia cede lugar à coragem. Lá não se magoam pessoas; apenas querem-se bem.
Lá vou eu viver. Vendo o sol nascendo e se pondo com a mesma naturalidade. No infinito ainda resta um lugar todo especial reservado à alegria.
Para o infinito eu vou. E sei que o ferir não é a arma da conquista; que as pessoas não são insubstituíveis porque são todas iguais. Eu quero viver o infinito com a perfeição suprema.
Lá o azul do céu é tão claro que se confunde com as águas do mar e não se sabe onde um começa e o outro termina. Os pássaros voam livremente.
Não venha comigo ao infinito, acaso não queria ser amor. Existem muitos lugares, mas poucos são os que querem ir para lá.
O meu infinito é você e para lá é que eu vou.”

Um comentário:

Lia Sergia Marcondes disse...

Grande Guibas... Uma perda significativa, com certeza, que tivemos.

O que me alegra é perceber que, dessa nova leva de jornalistas que está saindo do forno das faculdades de Feira, podemos encontrar pelo menos uma meia dúzia de boas promessas. Um exemplo é outro Egberto, o Siqueira, que já está começando a ficar conhecido entre os colegas. Pessoa linda, bons textos, sensibilidade e inteligência raros. Será coisa dos Egbertos?? (risos)

Espero que este número aumente e a nova geração do jornalismo feirense seja igual ou melhor que a anterior. ;)