sexta-feira, 4 de setembro de 2009


Manifesto à Maçonaria

Realiza-se de hoje até o próximo domingo, no Clube de Campo Cajueiro, um Congresso reunindo maçons de toda a Bahia. Quero aproveitar a oportunidade para fazer este manifesto a todos os meus irmãos maçons.
Nasci nesta cidade há 55 anos, e com cinco anos fui morar em frente ao terreno onde seria construído o tempo da Loja Maçônica Luz e Fraternidade. Cresci observando os freqüentadores da Loja e, logo vi que eram respeitáveis cidadãos feirenses. Logo afastei da minha mente as crendices e superstições que grassam em meio ao populacho a respeito da Maçonaria.
Já adulto, casado e com filhos, tive como vizinho um maçon. Um dia, perguntei-lhe por que eu não percebia mais os resultados do trabalho social da maçonaria. Ele me disse que existia e que, se eu quisesse, talvez pudesse ver de perto e até ajudar. E foi assim que um dia fui iniciado na Maçonaria, na minha querida loja 16 de Junho.
Após mais de dez anos de aprendizado que, aliás, moldou muito o meu caráter, deixei, por questão de força maior, de freqüentar a Loja. Já poderia ter voltado, pois não deixei portas fechadas atrás de mim, mas sim, bons amigos e queridos irmãos.
Mas, o que não me faz sentir desejo de voltar é a inércia que toma conta da sociedade brasileira, e que atinge, também, a Maçonaria. Esta milenar instituição, que sempre teve presença forte na história do Brasil, está hoje inerte, limitando-se a fazer discursos e banquetes, realizando, de forma pequena e individualista, algumas assistências sociais localizadas. Perdeu o foco no todo, no macro.
O Brasil está envolvido pelo maior esquema de corrupção e roubalheira que jamais se viu antes. Trabalhamos quatro meses do ano só para pagar impostos, e sofremos com tarifas e tributos que já vêm embutidos no nosso consumo diário, como a CID, o imposto que deixamos nas bombas de combustível, que, teoricamente, seria aplicado na construção e conservação de estradas. Mas, não temos estradas, como também não temos segurança, não temos saúde, não temos educação e nem nenhum outro benefício aos quais temos direito, enquanto cidadãos. Pagamos, e caro, a políticos para gerirem o nosso País e não para nos roubarem.
A atual conjuntura exige uma mobilização da sociedade organizada. Os cidadãos precisam reagir a este estado de coisas. A Maçonaria, mais que qualquer outra instituição pública ou privada, pela sua essência e pela sua história, tem o dever de tomar a iniciativa para mudar este estado de coisas.

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