sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Emprego

A Casa do Trabalhador está oferecendo vagas para 500 pedreiros, carpinteiros e marceneiros, para atender à demanda de uma grande construtora da cidade. Contudo, até o momento só conseguiu pouco mais de 30. Os motivos são vários. Vai desde a questão salarial até a qualificação profissional, passando pela questão do programa “Bolsa Família”. No desespero, a construtora está se propondo até a capacitar e qualificar os interessados.
Problema semelhante aconteceu em Fortaleza, onde o Sindicato da Indústria Têxtil promoveu um curso de formação de costureiras, para atender à demanda do setor. Formadas as costureiras, nenhuma quis aceitar emprego, porque, se tivessem a carteira de trabalho assinada, perderiam o benefício do Bolsa Família.
É por essas e outras, que tanto se contesta o benefício do programa, que dá, sem pedir uma contrapartida, fomentando assim a vagabundagem. Ajuda só se deve dar a quem quer ser ajudado. E é necessário que o necessitado saiba receber e valorizar a ajuda que recebe, retribuindo, de alguma forma, o auxílio recebido.
Já passou da hora do governo federal rever e dar um novo formato ao programa, para incentivar e promover o trabalho e a produtividade. Poder-se-ia, por exemplo, oferecer cursos de capacitação aos beneficiários do programa, e condicionar o benefício aos qualificados, a sua permanência no mercado de trabalho. Mesmo trabalhando, o benefício poderia continuar sendo concedido, por tempo indeterminado, até que a família do beneficiário alcançasse um padrão de vida acima da linha de pobreza.
Ainda quanto à questão do Bolsa Família, a vida profissional dos beneficiários poderia ser monitorada pelo governo, de forma que, caso perdesse o emprego, se soubesse qual a causa, e, em cada caso, tomar as medidas necessárias. Por exemplo: Simples demissão, se buscaria outra vaga para ele. Em caso de pedido de demissão, ele teria que arrumar imediatamente outro emprego, sob pena de perder o benefício. Demissão por justa causa, perda imediata do benefício. Algumas regras assim dariam mais valor ao programa.
Mas, tem ainda a questão salarial. No caso dos pedreiros, por exemplo, eles cobram, no mínimo, R$ 50,00 por dia de trabalho no mercado informal. Mantendo-se ocupado 25 dias por mês, eles recebem R$ 1.250,00. Quando colocados no mercado formal, recebem o salário comercial, cerca de R$ 600,00. Eles não consideram benefícios como assistência médica, previdência, vale transporte, vale refeição, PIS, FGTS, etc. .
Entendem eles que, trabalhando no mercado informal, ganham mais, fazem seus próprios horários, não têm chefes para lhes cobrar nada, e não há o risco de demissão. O mercado formal precisa ser mais atrativo para conquistar os profissionais qualificados de que tanto necessita. Vale a pena refletir sobre estas questões.

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