Hora do desembarque em Feira de Santana |
Inaugurei o aeroporto de Feira de Santana
nesta sua nova fase. Fomos, eu e Maura, visitar nossa filha e netos em São
Paulo. Sempre chego com antecedência a compromissos e, no caso do aeroporto de
Feira, como era minha primeira vez, cheguei mais cedo ainda, prevendo alguma
complicação, algum empecilho. No pequeno saguão, tudo bem, mas foi na sala de
embarque que eu percebi que o aeroporto estava mais para “aeroaperto”.
Sala de embarque 'aeoraperto' de FSA |
Feito o check in, nos acomodamos nas
cadeiras disponíveis. Como chegamos cedo, havia poucas pessoas, mas eu fiquei
matutando que pouco mais de 50 cadeiras não eram suficientes, afinal, a
informação que eu tinha era de que os voos diários para São Paulo estavam
partindo quase sempre lotados, ou seja, nunca menos de 100 pessoas.
Não deu outra. Meia hora antes do previsto
para o embarque já tinha gente sentada pelo chão e os dois refrigeradores de ar
não davam conta do recado. O calor era forte. E olha que o dia estava nublado.
Conversava eu com um paranaense (e aí já meio envergonhado), quando ele me
revelou que deveria ter embarcado no dia anterior, mas que o avião não pousou.
“Como assim, não pousou?” – quis saber. Ele então me explicou que os
funcionários da empresa aérea informaram que a pista tinha poças de água e em
caso de alguma derrapagem, poderia ter algum acidente, uma vez que a pista é
curta.
O avião foi desviado para pousar em
Salvador, de onde a empresa providenciou o translado dos passageiros para Feira
de Santana, de ônibus. “E os que não embarcaram”? Muitos foram levados para
Salvador, de ônibus, onde pegariam um voo às 5 horas do dia seguinte. Os que
puderam esperar, como o meu interlocutor, foram acomodados em hotéis da cidade
para seguir no voo da tarde do dia seguinte. Como eu já disse, o dia estava
nublado, e já fiquei imaginando se o avião pousaria ou não.
Mas ele pousou. Mas ficou parado lá na
pista. Algum problema? Não. É que o aeroaperto não oferece espaço para o avião
taxiar e tinha que ser rebocado por um trator até próximo ao portão de
embarque.
E
lá vamos nós. Na porta do avião vi uma comissária de bordo com um terço na mão
e uma medalhinha com a imagem de Santos Dumont na lapela, e pensei comigo: É
hoje! O comandante então informou pelo rádio que iria fazer uma “manobra exótica”.
(Jesus Cristo). O trator então veio e rebocou o avião, de ré, até a cabeceira
da pista. Realmente, exótico. O “bicho” então roncou, roncou, partiu e decolou.
Voou e começou a sacudir de um lado pro outro, como se estivesse derrapando ou
livrando dos buracos da estrada que Zé Neto não mandou consertar.
Chegamos a Campinas na hora prevista e
um ônibus da empresa nos levou até a capital. Pista dupla, quadrupla em alguns
trechos, lisinha, cem quilômetros em uma hora e meia sem percalços. E olha que
choveu forte.
Quatro dias depois nossa maratona da
volta começou às 8:30 quando o ônibus da empresa deixou o complexo viário da
Barra Funda. Sem chuva, às 9:40 saltamos em Campinas, no aeroporto Viracopos. Chek
in feito, bagagem despachada, na hora nos dirigimos à sala de embarque. Havia
muitos portões, mas não encontrávamos o nosso. Fomos informados que ficava num
“puxadinho” que fizeram para ampliar o número de portões. Rapaz! Vergonha foi
aí. O “puxadinho” dos caras é dez vezes maior e mais confortável e organizado
do que o aeroaperto da minha terrinha.
Chegada em Feira no horário previsto,
sem problemas, afora o fato de ficarmos esperando o bendito trator para nos
rebocar até o portão de desembarque.
Sei que vão dizer que eu reclamo de
tudo, que não fico satisfeito com nada. E não me conformo mesmo. Essa estória
de nunca teve e agora tem, é conversa mole pra boi dormir. Se é pra ter, que
seja do bom. Não aceito migalhas. Pagamos a maior carga tributária do mundo,
temos que exigir do bom e do melhor.
Pra roubar, nossos governantes pensam
grande, mas para investir são de uma mesquinhez que dói.
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