sexta-feira, 13 de março de 2015

O homem como centro do universo

Antigamente era raro quem discordasse da teoria do universo geocêntrico, onde a Terra ficava parada no espaço e o Sol com os demais corpos celestes girando ao seu redor. Claro que nem todos pensavam assim. O filósofo Aristóteles, o matemático Claudius Ptolomeu, o astrônomo Nicolau Copérnico e outros pensavam diferente. Foi um trabalhão quebrar esse paradigma cultural.
Se alguns contemporâneos do terceiro milênio tivessem nascido naquela época, diriam: “quanta ignorância, vocês não percebem que é a Terra que gira em torno o Sol?”. Hoje, qualquer criança, até da escola primária, sabe disso.
Essa informação é só para traçarmos um paralelo entre nossa evolução cultural e a ignorância dos antigos.
Qual a diferença entre um povo que acreditava no geocentrismo e os altamente civilizados, de agora, que acreditam que a Terra é o berço da civilização universal?
O que a maioria dos líderes, cientistas, professores e religiosos nos garantem é que a vida inteligente só pode existir aqui na Terra ou em algum exoplaneta distante. Tudo isso com ressalvas, pois dizem os entendidos que estamos aqui, na condição de produto mau acabado, ainda na forja da evolução.
Os civilizados de hoje que riem da ignorância dos antigos são os mesmos que juram de pés juntos que somos um bando de macacos que se transformou em homo sapiens até chegar ao modelo de evolução e beleza que ostentamos atualmente.
Imaginar que os estromatólitos e os primeiros unicelulares do período pré-cambriano, isso há mais de 500 milhões de anos, tenham sido o início da vida no planeta Terra, seria o mesmo que imaginar que todo trabalho que Deus teve, para construir o universo não passou de lixo espacial sem nenhum proveito.
Você sabia que a ciência calcula que no universo existem mais de 200 milhões de galáxias? Pois bem, só em nossa galáxia existe bem mais que 100 bilhões de estrelas.
Você acreditaria se alguém lhe dissesse que a vida em planetas é uma coisa rara e perigosa? Pois acredite. Talvez seja por isso que planetas iguais ao nosso quase não existam, no entanto o universo fervilha com vidas inteligentes, nos mais diferentes níveis.
Ninguém nunca ouviu falar que espíritos, com exceção dos errantes, morassem em planetas. Acreditar nisso é se nivelar aos antigos que acreditavam no geocentrismo. Nesse caso, o conceito apenas muda de época, saindo da astrofísica para um sentido mais generalizado que diz: “a terra deixou de ser o centro do sistema solar, mas continua sendo o centro genético do universo”. Nesse caso, a ignorância passou ser até maior considerando o nível de evolução cultural que ostentamos atualmente.
A vida existe até no mineral, se agita no vegetal, vive ativamente no animal enquanto o um ser espiritual faz um “tour” encarnado num corpo humano.
Talvez seja difícil desfazer esse paradigma, mas, assim como água, de tanto bater na rocha, acaba lhe deixando marcas em sua dureza, também vou perseverar torcendo para que todas as rochas do meu universo sejam de “pedra-sabão”.

Conrado Dantas

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