quarta-feira, 15 de março de 2023

Sempre Livre

Frescura

Um vereador em Feira de Santana denunciou que a poluição dos dejetos jogados no rio Jacuípe estaria causando mutações nos peixes e provocando mudança de sexo. Os teóricos do caos começaram a emitir opiniões e houve quem dissesse que era o xixi das mulheres o agente causador dessa mutação. Há também quem diga, que não é o xixi das mulheres, mas, sim o xixi dos homens que ingerem hormônios para se transformarem em mulheres. O certo é que os peixes do Rio Jacuípe estão a cada dia mais “frescos”.

Waldick e as cobras

Em uma das poucas vezes em que tive a oportunidade de conversar com o cantor Waldick Soriano, ele me dizia que já havia trabalhado em garimpos. E revelou que todas as manhãs, antes de começar o trabalho ele e seus companheiros vasculhavam os túneis e buracos para verificar se durante a noite não caíram cobras nos locais. Isso era comum acontecer e se não fossem tomadas essas precauções certamente muitas pessoas seriam picadas. Naquele tempo ainda não existiam radialistas nem ambientalistas para dizer às cobras que elas não deviam picar os humanos e dizer à estes que não deveriam matar as cobras. Waldick disse ainda que matavam muitas cobras venenosas inclusive cascavéis, as mais perigosas. Mas, também matavam jiboias “quase todo dia a gente matava cobras venenosas e seguia com o trabalho. Mas, quando matávamos uma jiboia, não tinha trabalho certo, era dia de festa. A gente assava a jiboia para comer com cachaça”.

Facções

O comentarista da rádio Bahiana FM de Riachão do Jacuípe, Cristóvão Rodrigues, disse que quando existem duas facções e não se toma partido de nenhuma das duas, apanha dos dois lados. Ele, assim como eu, prefere continuar apanhando mais sempre continuar neutro e falando as suas verdades. Jornalismo pressupõe noticiar fatos. E não os ajustar ao pensamento de quem quer que seja, por qual motivo for.

Os prós e os contras

No episódio da invasão do Palácio do Planalto e outros prédios em Brasília, por parte de “terroristas bolsonaristas”, muita gente foi presa. Esperava-se um esclarecimento rápido de quem realmente havia cometido algum crime. Já tem mais de dois meses e até hoje o STF responsável pelas prisões não julgou ninguém e nem esclareceu nada. O Congresso quer abrir uma CPI, e já tem votos para isso, para apurar as responsabilidades e, é claro, também os objetivos da invasão. Curiosamente e estranhamente o Governo Federal é contra essa CPI. Inclusive, o presidente está se empenhando pessoalmente em impedir que ela aconteça. Me vem à mente um trecho de uma música de Raul Seixas: “Papai já houve Beatles, mamãe já deslumbrou, com meu cabelo grande eu fiquei contra o que eu já sou.” Verdadeiro samba do crioulo doido. Só Froid explica!

Simplicidade

Vivendo aqui na simplicidade de Riachão do Jacuípe, um lugar onde as pessoas ainda se cumprimentam nas ruas, mesmo sem se conhecerem, eu sempre descubro manifestações da simplicidade das gentes do interior que nos causam satisfação e alegria.  Ouvindo o prefeito da cidade, Carlos Matos, falando sobre algumas obras que está realizando, ele dizia que havia realizado obras em algumas ruas na localidade periférica e citou o nome de três ruas e mais uma que é conhecida apenas como “a rua onde mora Vermeia”. Isso me reportou a minha infância quando nossa casa foi visitada por amigos vindos da zona rural, uma senhora perguntava a minha mãe se ela conhecia Tonhe. Para identificar o tal Tonhe, ela reforço: “Oxente dona Orelina! A senhora não conhece Tonhe? É Tonhe que usa relógio!” Isso chama-se simplicidade. E nesse clima que eu vivo hoje. Melhor não poderia ser.

Simplicidade I

Essa estória me reportou, saudoso, a um tempo em que, em Feira de Santana, todos se referiam a outras pessoas como fulano de fulano. Ou seja: Havia muitos Zés e Tonhes, e para diferenciar uns dos outros as pessoas  acrescentavam o nome do pai ou da mãe. Tipo assim: Tonho de Onorina; Beto de Aurinho, e por aí vai. Bons tempos aqueles!

Modernidade

Falei de simplicidade, como saudade do passado. Mas, como disse Belchior, “vou curtir as coisas novas que também são boas. O amor nessas praças cheias de pessoas”. Lembrando que a modernidade também traz coisas boas. Por exemplo,  as redes sociais que permitem encontrar, falar e até ver pessoas que se encontram bem distantes. A criação de um grupo de “Jornalistas da Saudade” no WhatsApp, que há décadas não se encontravam ou se falavam. Maravilha!

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