quarta-feira, 10 de maio de 2023

Rita Lee Jones

    Vi Rita Lee pela primeira vez num festival de música popular brasileira, quando os Mutantes acompanhavam Gilberto Gil cantando Domingo no Parque. Pouco tempo depois recebi de presente um disco do grupo Os Mutantes, Arnaldo Baptista, Sérgio Dias e Rita Lee. Eles eram muito jovens, mas, já gozavam de prestígio junto músicos de tal forma que, quando Gil procurava um grupo para o acompanhar os festivais, o maestro Rogerio Duprat indicou os Mutantes. Apesar da pouca idade do grupo, Gil não se fez de rogado. E ao ensaiar com o gripo percebeu de cara que era o que ele precisava.

           


        Os Mutantes caíram nas graças dos veteranos que sempre os convidavam para gravar juntos. Um dos primeiros foi Jorge Bem. Muitos outros vieram depois, até que o grupo gravou seu primeiro disco solo. Esse disco me foi dado de presente numa festa de Natal. Trazia pérolas como: Panis et circenses, Bat Macumba, Baby, Maria Fulô entre outras. Claro que foi um sucesso total e vieram muitos mais.

         O grupo era muito unido. Jovens adolescentes curtiram o imenso prazer de cantar as suas próprias canções e tocar instrumentos, além de brincar de namorar como qualquer jovem brasileiro da época. Rita casou-se com Arnaldo, mas, a união não foi muito longe. Além da separação do casal, foi a separação da banda. Arnaldo e Sérgio queriam seguir a linha de música progressiva, ao estilo do grupo inglês Pink Floyd. Rita queria continuar com seus rocks e baladas e a corda rompeu do lado mais frágil que era ela.

        Pior para os irmãos Batistas, porque a música progressiva não foi muito longe no Brasil. Rita, por sua vez, contava com a simpatia de músicos e compositores brasileiros e começou a gravar músicas compostas por eles. Finalmente ela lançou o disco Tutti Frutti que caiu como uma bomba no mercado musical. Daí então vieram sucessos contínuos que permearam toda a carreira da cantora que não gostava de ser rotulada de rainha do rock, preferindo o título de Padroeira da Liberdade.

        A união com o guitarrista Roberto de Carvalho foi um casamento, literalmente, e um casamento musical. Rita permaneceu ao lado de Roberto até seu último dia na terra. Feliz com as suas escolhas e com o sucesso alcançado. Está definitivamente consagrada como uma das maiores cantoras do Brasil e quiçá, do mundo. Se eu tivesse que escolher um rótulo para colocar na Rita, seria apenas: Maravilhosa!

 

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