sábado, 13 de maio de 2023

                                                                  


                

* SMG & SMI *

 

                 Moda não incomoda.

Estes vestidos drapejados, curtos, justos, ousados, exigem seios fartos, quadris largos, sandálias altas e pernas grossas – moda passageira – revelam o conceito dominante quanto à forma de evidenciar a beleza feminina e atestam, queiramos ou não, a exposição da mulher-mercadoria.

 

Elas, as mulheres, submissas históricas aos ditames e modismos impostos pela ‘SMG’, siliconam seios, encurtam vestidos, comprimem a cintura para aumentar ancas, malham para engrossar pernas, calçam sandálias sempre mais altas - quase plataformas de lançamento de mulher ao espaço. Em fantástica concorrência, disputam olhares e desejos, fustigam o imaginário masculino e feminino, provocam as mesmas ânsias causadas por joelhos expostos no banco de um bonde, setenta ou mais anos passados.

 

É um frêmito, é pau; é um pulsar, é pedra. Será o fim do caminho?

 

Francamente, creio que não. As mulheres são sempre reinventadas.  Partindo da nudez paradisíaca encoberta pela folha de parreira, em direção à ocultação corporal medieval (ainda presente na cultura islâmica), ocultações tais impostas pela ‘SMI’, indo depois à nudez explícita e, agora, revestidas de outra forma, a vida continuará.

 

Assim, acontece com meus charutos. Endeusados no passado, quando frequentavam bocas famosas e outras nem tanto, agora discriminados e quase execrados, dia chegará quando voltarão a ser invejados.

 

É a roda da vida. Nada é o fim do caminho.

 

Ah! Citei ‘SMG’ e ‘SMI’.

Decifro: Santa Mídia Global e Santa Madre Igreja.

 

 

 

Hugo A. de Bittencourt Carvalho, economista, cronista, ex-diretor das fábricas de charutos

Menendez & Amerino, Suerdieck e Pimentel,

vive em São Gonçalo dos Campos – BA.

[email protected]

http://livrodoscharutos.blogspot.com

 

 

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