Nosso corpo tem muitos membros, cada um com sua função e todos são importantes. Há um, em nossa boca, que se chama língua. É pequeno, porém, tem um grande poder. Usa-se para fazer o bem ou o mal. Com a língua louvamos a Deus e com ela, maldizemos pessoas que foram feitas à Sua imagem.
PARA MUITAS pessoas, a língua é o prolongamento da ação, ou, a ação, um prolongamento da língua: aquilo que falam, fazem. Para outras, porém, é a contradição do próprio agir, porque praticam boas ações, mas, destroem com palavras maldosas. Há línguas que somente semeiam o bem, mas outras são provocadoras de discórdias entre pessoas, famílias e grupos!
A DESTRUIÇÃO de pessoas
se faz, principalmente, por calúnias e por sigilos rompidos. Quantas brigas
familiares e quantos casais destruídos por causa de fofocas e mentiras!
Destrói-se o outro para se autoafirmar, por ciúme e pelo desejo de ter as
pessoas para si. Quando não se consegue, tenta-se destruí-las! Como é fácil
falar mal dos outros! Somente conhece a força de uma palavra quem já sofreu por
ela.
É IMENSO o bem que
podemos fazer com o bom uso da língua! Mas, infelizmente, muitos a usam para
blasfemar, mentir e difamar o bom nome de seus semelhantes. E, os que têm tempo
para semear calúnias, dificilmente, terão oportunidade para reparar o mal
semeado. Sempre nos arrependemos de ter falado mal dos outros e quase nunca, de
ter calado. Por isso, São Tiago nos adverte: “Irmãos, não faleis mal dos outros
irmãos.” (Tg. 4,1).
A
LÍNGUA também
parece fogo. Uma simples chama pode incendiar uma grande floresta. Ela é,
apenas, parte de nosso corpo, mas pode fazer um mundo de maldades. Uma só
pessoa é capaz de pôr fogo numa cidade inteira, com mentiras e fofocas. Aquele
que não peca no uso da língua é uma pessoa perfeita. Se alguém julga ser
religioso e não refreia sua língua, engana-se a si mesmo: a sua religião é vã.
(Cf. Tg. 3,1-12).
PORTANTO, o bem e o
mal estão à disposição de nossa língua. Se semeamos o mal, colheremos frutos
maus. Se semeamos o bem, colheremos o bem. “Não vos iludais, de Deus não se
zomba; o que alguém tiver semeado, é isso que vai colher”, (Gal. 6,7). “Se
queres possuir a verdadeira vida, afasta a tua língua da maldade e teus lábios
de palavras mentirosas. Evita o mal e faze o bem, procura a paz e vai com ela
em seu caminho” (Sl.33,14-15).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
[email protected]
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