sexta-feira, 23 de abril de 2010

Discutindo a Micareta


O prefeito Tarcízio Pimenta anunciou a realização de um seminário, em julho próximo, para discutir a Micareta. De antemão, ele anunciou a criação de uma marca para identificar a festa, sendo este um primeiro movimento para a sua profissionalização, que é o que ele deseja e a população envolvida com a festa vem pedindo há muitos anos.
Realmente, não dá mais para realizar eventos de tal magnitude em Feira de Santana, sem cunho profissional. Por isso mesmo, a cidade requer a criação de um circuito específico para a realização da Micareta, do São João e de todas as festas municipais que envolvem multidões e que afetam diretamente a vida de quem não participa delas.
A Micareta realizada na Avenida Presidente Dutra, durante cerca de 50 dias transforma o trânsito naquela artéria e nas suas transversais num verdadeiro caos. Os comerciantes sofrem muitos prejuízos, porque as vendas caem. Além disso, precisam investir em segurança para que suas lojas não sejam arrombadas e roubadas, ou mesmo depredadas.
Há que se lembrar também que nas ruas transversais existem muitas residências, cujos moradores sofrem com o barulho infernal e a ação de ladrões e vândalos nas cercanias das suas casas. E para completar o inferno, após a festa a fedentina fica insuportável durante vários dias, sem se falar no surto de virose que sempre acomete a população após a festa.
Recentemente, o secretário de Agricultura, Ozeny Morais, revelou que há um plano para reforma e ampliação do parque de exposições João Martins da Silva, que passaria a ser multifuncional, abrigando grandes eventos. Então, porque não abrigar a Micareta?
Alguém pode questionar a distância. Mas, por acaso a cidade não é grande, e não tem sistema de transportes com bilhete único? Pode-se questionar também os perigos do acesso via BR-324. Mas, o governo do Estado já não anunciou verba para abrir a avenida Nóide Cerqueira (no prolongamento da Getúlio Vargas) ligando aquela artéria à BR-324, passando por trás do Parque?
Então não haveria problemas de escoamento, com os veículos chegando ao parque pela frente, pela BR-324 e saindo pelos fundos, pela avenida Nóide Cerqueira. Vale salientar que ali não existem residências, hospitais nem escolas que possam ser afetadas pelo barulho dos sons da festa.
O trabalho da polícia também seria facilitado, pois a área é ampla e ela poderia montar os seus elevados pontos de observação que, segundo os especialistas, são o melhor meio de controle das ações dos marginais e dos briguentos.
Creio que essa seria a primeira grande medida para profissionalizar a festa. Ah! E não me venham falar em tradição, porque, se for por aí, a Micareta nunca teria saído da rua Conselheiro Franco, o seu sítio original.

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