sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dá-se um jeitinho

A “Passeata Contra a Corrupção”, realizada na terça-feira passada (15) em diversas cidades do País, ainda foi um movimento tímido, ficou aquém do esperado. Mas, como é um movimento continuado, segundo pregam seus organizadores, ainda pode crescer e dar alguns bons resultados.

Em palestra realizada terça-feira passada (15) na Câmara de Diretores Lojistas (CDL), durante o Seminário “Fé e Política”, o teólogo e assessor das Comunidades Eclesiais de Base no Brasil, padre Edgar Silva Júnior, afirmou que apenas os movimentos GLS têm conseguido levar o povo às ruas brasileiras.

“É lamentável que sindicatos tenham que distribuir apartamentos e carros para atrair o povo trabalhador no primeiro de maio. Centrais sindicais hoje estão a serviço dos partidos. A verdade é que os movimentos GLS são os únicos que estão conseguindo mobilizar”, enfatizou o teólogo.

Na verdade nós somos um povo acomodado e que sempre espera que outras pessoas façam as coisas por nós. De um modo geral, não queremos “nos envolver”. Não queremos assumir nossas responsabilidades nem lutar pelos nossos direitos. Não apenas os políticos, mas também empresários, tiram partido dessa nossa bovina paciência e passam a idéia de que é perda de tempo lutar pelo que é certo, exigir mudança, reclamar contra a roubalheira e a corrupção, porque não vai dar em nada.

Dá sim! Se não desse em nada o povo não teria ido às ruas e deposto o presidente Collor. Também exigimos eleições diretas e elas vieram. Foi o povo nas ruas também quem exigiu das forças armadas uma intervenção no governo do País porque a roubalheira e a corrupção esta em níveis parecidos com os de hoje em dia.

O problema é que, tão logo conseguimos o que queremos, não damos continuidade. Voltamos para casa e damos a tarefa por terminada quando ela apenas vai começar. Quando derrubamos um governo, temos que acompanhar a formação do novo, para evitar que os mesmos incompetentes, corruptos e ladrões que expulsamos, entrem por outras portas.

As pessoas de bem precisam estar no topo, no comando dos principais cargos para não deixar espaço para aventureiros oportunistas. E porque não fazemos isso? Talvez porque nos deixamos envolver pela corrupção. Isso acontece quando pedimos um emprego a políticos, quando pedimos favores e jeitinhos para colocar nossos filhos e parentes em cargos para os quais eles deveriam prestar concurso. Quando pedimos jeitinhos para obter habitações que seriam prioritárias para pessoas sem moradia. Para ter acesso a licitações para as quais não atendemos aos requisitos, mas que nos trarão ganhos fáceis e ilícitos.

Por essas e outras é que não conseguimos nos livrar da corrupção e dos corruptos. A gente sempre prefere o “jeitinho” brasileiro.

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