sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Favela paraíso

E assim, com um passe de mágica, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, sacou sua varinha de condão e pacificou as favelas cariocas, prendendo e expulsando os traficantes e extinguindo o comércio de drogas. E todos viveram felizes para sempre. Entrou por uma porta e saiu pela outra, quem quiser que conte outra.

Ora, me façam uma garapa. Quando eu disse aqui que aquela palhaçada promovida pela polícia da ex-Cidade Maravilhosa, no morro do Alemão, era pra enganar a torcida/eleitorado, quase todo mundo duvidou, não acreditou no que eu disse.

Na oportunidade eu demonstrei que não fazia sentido um exercito de policiais, correndo atrás de bandidos que fugiam como ratos, sem disparar um único tiro. Aliás, dispararam sim, e atingiram um dos bandidos que foi socorrido por um colega. E já que não morreu ninguém e poucos bandidos foram presos, onde foi parar todo mundo? – Perguntava eu.

Outras ações semelhantes foram desenvolvidas e, de uma hora pra outra, sem mais nem menos, as favelas cariocas estão se tornando verdadeiros paraísos, com direito a matéria em edição nacional mostrando até artista estrangeiro indo morar na favela e declarando amar aquele modo de vida.

Como disse Gonzaguinha: “... e a galera ainda aplaude, ainda pede bis/a galera só deseja ser feliz”. Porém, meus caros, a viver feliz com mentiras é melhor chorar com a verdade. Aliás, o consumo de drogas existe porque a maioria das pessoas não consegue suportar a dor de viver e busca refúgio nas ilusões que as drogas oferecem.

Mas a verdade um dia sempre aparece, e quando ela se revela traz muita dor, muito medo. Porém, pelo menos para mim, não é surpresa saber que a pacificação das favelas cariocas teve um preço. Impotente e sem moral para exigir lei e ordem, o governo do Rio de Janeiro fez um acordo com os traficantes: Eles podem continuar vendendo drogas tranquilamente que não serão importunados pela Polícia, conquanto não usem armas, não intimidem nem aterrorizem os moradores das favelas. E estamos combinados assim.

Tal proposta não precisaria ter sido feita nos bastidores sórdidos da política. Há muito que venho dizendo que é a proibição do comércio de drogas a causa da corrupção, da violência e do morticínio dos nossos jovens. Fosse o comércio de drogas um comércio lícito, nada disso estaria acontecendo e o governo teria que gastar bem menos do que gasta no combate às drogas, montando um esquema nacional de recuperação de drogados, através do incremento da educação e dos esportes.

Mas para os políticos nada disso interessa. Eles sequer se perguntam por que os jovens estão se drogando. E mesmo que saibam a resposta, não fazem nada para resolver o problema.

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