quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Álcool é droga?



         Claro que é. Alguma dúvida? Vejamos o que diz o “oráculo” Wikipédia: “Em medicina, refere-se a qualquer substância com o potencial de prevenir ou curar doenças ou aumentar o bem-estar físico ou mental; em farmacologia, refere-se a qualquer agente químico que altera os processos bioquímicos e fisiológicos de tecidos ou organismos. Portanto, droga é uma substância que é, ou pode ser, incluída numa farmacopeia. Contudo, em um contexto legal e no sentido corrente (fixado depois de quase um século de repressão ao consumo de certas drogas), o termo “droga” refere-se, geralmente, a substâncias psicoativas e, em particular, às drogas ilícitas ou àquelas cujo uso é regulado por lei, por provocarem alterações do estado de consciência do indivíduo. Certos fármacos de uso médico controlado, tais como os opiáceos (derivados do ópio), também podem ser tratados como drogas ilícitas, quando produzidos e comercializados sem controle dos órgãos sanitários ou se consumidos sem prescrição médica”.

         Isto posto, resta-nos avaliar os efeitos do álcool sobre o organismo humano. As primeiras referências ao álcool têm origem em cerca de 8 mil anos A.C. segundo a análise de jarros encontrados em Jiahu, ao Norte da China, mostrou que eles continham uma bebida alcoólica feita de arroz, mel, uvas e um tipo de cereja, tudo fermentado, com graduação alcoólica entre a cerveja e o vinho. As bebidas alcoólicas desempenharam papel importante na história da humanidade, pois estava sempre presente à mesa ou nas adegas de quem fez essa história. Desde o trabalhador rural, passando pelos operários da era industrial, nos porões dos navios das grandes navegações, nas carroças, caminhões e todo tipo de transporte que levava suprimentos para exploradores e exércitos.
         Na Grécia e em Roma os produtores de vinho tinham assento à mesa dos governantes, pertenciam à elite e suas vozes eram ouvidas nas grandes decisões. O vinho esteve presente na última ceia de Cristo com seus apóstolos e se tornou um dos símbolos dos ritos cristãos. Aliás, o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho para que não faltasse a bebida numa festa de casamento, evento registrado nos evangelhos como “as Bodas de Caná”. Determinados tipos de bebida podem ser utilizadas como medicamento em alguns casos, e geralmente são utilizadas como calmante ou estimulante. E é aí que mora o perigo.
         O alcoolismo é um fato. É uma doença que deve ser combatida com todos os meios e recursos disponíveis. Os alcoólatras precisam se reconhecer com tal e aceitar o tratamento que começa com a abstenção absoluta. Eles têm que saber que são pouco resistentes ao álcool e que se descontrolam quando o ingerem, mesmo em pequenas quantidades, e que não conseguem parar após o primeiro gole. Contudo, a proibição pura e simples do consumo, tem efeito contrário ao desejado e traz sérias consequências sociais. Isso porque as pessoas não são estereotipadas, são singulares. Prova disso são os diferentes efeitos do álcool em cada pessoa. Alguns ficam alegres, eufóricos. Outros, tristes, deprimidos. Outros tantos ficam agressivos ou românticos. E os psicólogos afirmam que estas atitudes revelam o verdadeiro caráter de cada um. Sob o efeito do álcool as pessoas revelam facetas das suas personalidades que escondem no cotidiano. De “cara limpa”, por assim dizer. “In vino, veritas”, diz a Bíblia Sagrada.
         Nos Estados Unidos, lá pelo início do século XX, as autoridades criaram a “Lei Seca” na cidade de Chicago, proibindo o comércio e uso de bebidas alcoólicas. Logo apareceram os contrabandistas, que traziam a bebida do Canadá e, como tinham clientes, e muitos, a comercializavam clandestinamente, sem pagar impostos ao governo. Foi o bastante para gerar uma rede de tráfico e corrupção, com subornos e assassinatos, que envolveu até as mais altas autoridades, gerando medo e insegurança no seio da população. Algo assim como acontece com a proibição de uso de drogas e jogo do bicho no Brasil. A paz só voltou a reinar quando a Lei Seca acabou e a bebida teve seu uso legalizado sob normas bem rígidas e punições severas para os transgressores das leis relativas ao assunto.
         Uma sociedade civilizada consome álcool com responsabilidade. As pessoas civilizadas se impõem limites. Um ser rude e ignorante consome bebidas de péssima qualidade e em quantidades nada razoáveis, sem escolha de hora nem lugar. Daí que temos gente embriagada ao volante, executando tarefas de risco, promovendo brigas, desordens, enfim, fazendo das suas vidas e das dos outros um verdadeiro inferno. Conscientização e severa punição para quem causa problemas para si ou para os outros por conta do uso de qualquer droga, seja ela álcool, maconha, cocaína, LSD ópio o que quer que seja que afete o seu estado normal de consciência, essa seria, ou melhor, é a solução. Cada cidadão deve ser responsabilizado pelas suas ações, arcando com as consequências. Isso, para o bem de todos e felicidade geral da nação.
         Tin, tin! Salute!

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