quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Artigo da Semana




Planejamento. Sem ele o progresso é um caos

Depois que o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Alfredo Falcão, chamou a atenção para o gargalo de trânsito que está se formando em algumas localidades da cidade, por conta do crescente número de condomínios, o prefeito Tarcízio Pimenta se apressou em dizer que está tudo sob controle e que estudos estão sendo feitos para a construção de vias alternativas que venham a proporcionar um bom fluxo de veículos naquelas localidades.
O problema é justamente este. Permite-se que as coisas aconteçam, sem prestar atenção nas conseqüências, e, depois, se corre para tentar emendar ou remediar o mal feito. E o pior é que autoridades, dentro do próprio governo, fecham os olhos a problemas eminentes, numa conivência muito suspeita.
Não estou aqui me colocando contra o progresso. O déficit habitacional de Feira de Santana ainda é muito grande, e vai aumentar muito, caso seja implantado o Pólo de Logística. É incalculável o número de famílias que virão para Feira de Santana por conta desta grande obra que, aliás, só depende de uma canetada do governador para ser iniciada. Seguramente, com o Pólo, a população da cidade irá beirar a casa de um milhão.
Então, onde colocar tanta gente? Contudo, volto a insistir, há que se ter um mínimo de planejamento. Não há motivo para se permitir, por conta do progresso, que se construam condomínios aleatoriamente, em áreas industriais, dentro de lagoas e Deus sabe lá onde mais.
Quando se constrói um condomínio, que abrigará centenas de famílias, existe toda uma gama de questões a serem observadas. O fluxo de veículos é apenas uma delas. Há ainda a avaliação do impacto ambiental, afinal, onde serão jogados os dejetos que o condomínio irá gerar? Qual o efeito que os moradores irão sofrer na área em que estão instalados? Isso tudo sem se falar nas questões de urbanização, como rede elétrica, água, esgotos, pavimentação, segurança, e tudo o mais.
Há alguns anos um grupo educacional adquiriu o prédio onde funcionou por muitos anos a empresa Phebo. Queria construir ali mais uma unidade de ensino superior. O departamento de engenharia da Secretaria de Planejamento embargou a obra, pois ali é uma área industrial, e não se pode instalar nada ali que não seja do setor industrial ou a ele inerente. Confesso que não sei se, depois, a obra foi liberada, mas essas coisas acontecem por aqui.
Recentemente, uma construtora escolheu uma área para construir mais um condomínio do programa “Minha Casa, Minha Vida”. Contudo, um zeloso funcionário da Prefeitura, vetou a área, justamente por estar ela sob os efeitos da poluição do Centro Industrial, o que fatalmente iria afetar os moradores, trazendo conseqüências posteriores. Certíssimo o funcionário.
Porém, o todo poderoso procurador geral do Município, que, que eu saiba, não é engenheiro nem técnico ambiental, deu parecer favorável liberando a obra, e o funcionário foi exonerado. Assim acontecem as coisas em Feira de Santana.

Um comentário:

Lia Sergia Marcondes disse...

O funcionário foi exonerado por cumprir, corretamente diga-se de passagem, o seu dever??

Não é só em Feira que isto acontece, mas é sempre muito triste ver estas coisas acontecendo no lugar onde nascemos.

ABSURDO!!!

Estas coisas me deixam revoltada...