quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Artigo da Semana


Tá proibido bufar?

Depois que a Dilma Roussef disse que “o meio ambiente atrapalha o progresso”, tá todo mundo se assanhando a dar pitaco sobre o que não entende, apenas com o objetivo de atender a seus próprios interesses. Esta semana o meu amigo Sandro Penelu recebeu o seguinte e-mail, de um tal de Mauro Serra, que dizia o seguinte: “O capitalismo e a ganância estão destruindo o planeta? Tenho cá minhas dúvidas. Por exemplo: havia algum ser humano capaz de destruir o planeta quando os dinossauros foram dizimados? Ou a natureza tem os seus ciclos independentemente da atuação do ser humano? Se o argumento que apresento for razoável, como ficam os ecologistas? E quem se interessaria por apresentar argumentos contra o progresso? Ou seja: deixando tudo do jeito que está, rico continua rico e pobre não sai da lama. Enquanto eles, os ricos, continuariam nadando de braçada e a gente conservando matas, rios e cumprindo mais uma vez as ordens deles. Tenho muito medo daqueles que usam do fatalismo como um dos meios mais eficientes de dominação”.
Dá pra perceber que o Mauro misturou alhos com bugalhos. Ninguém está dizendo que é contra o progresso. O que se pretende é que, para crescer e desenvolver, não é preciso agredir a natureza. Desenvolvimento sustentável é o que se espera que cada ser humano entenda e pratique. Sob pena de sofrer com as fortes reações da natureza, o que já está acontecendo. O planeta está cobrando a conta da poluição do ar e da água, do desmatamento irresponsável, das extrações minerais.
Furacões, tornados, tsunamis e terremotos estão na ordem do dia. O aquecimento global já é uma realidade, haja vista o forte calor e o derretimento da calota polar. E a reação da natureza não escolhe entre ricos e pobres. Basta ver a quantidade de turistas estrangeiros, ricos, que sucumbiram no deslizamento em Angra dos Reis, ou quantos morreram nos paraísos turísticos asiáticos, quando do grande tsunami de dois anos atrás.
Não, Sandro. Não, meu caro Mauro. Não se trata de ricos ou pobres, mas sim de educação ambiental, para saber respeitar a natureza e todos os seres vivos que a compõem, inclusive nós mesmos que, como disse o filósofo, somos filhos do universo, irmãos das estrelas e árvores. Não é por ser pobre que tem que ser mal educado e desmazelado. Não é por ser rico que tem que ser arrogante e irresponsável.
Agora, botar a culpa pelo efeito estufa nos bois é muita hipocrisia e cretinice. Até porque, além dos bois há milhões de animais no planeta soltando pum adoidado. Isso sem contar com nós, seres humanos. Já imaginou a quantidade, só de chinês, soltando pum? E ai? Fazer o que? Proibir todo mundo de bufar? Me façam uma garapa!
Quanto à extinção dos dinossauros, informo ao Mauro que o homem ainda não existia naquele tempo. E a causa da extinção, segundo os cientistas, foi a colisão de um grande meteoro com o planeta, o que desencadeou uma grande onda de radioatividade, levantando uma poeira que cobriu o sol por vários anos, fazendo o planeta viver uma era glacial. E isso pode acontecer novamente, só que, desta vez, nós estaremos entre os extintos.

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