Trabalho de equipe
Embora prefira trabalhar sozinho, reconheço que o trabalho em equipe é bonito e eficiente. Foi o que vimos no início desta semana, e o resultado foi a prisão de cerca de cem pessoas envolvidas com o tráfico de drogas em Feira de Santana. Os bandidos estavam festejando em grande estilo, com direito a rodadas de bebida, maconha, cocaína e crack, o aniversário do traficante conhecido com Conan.
Segundo informações do coordenador da Polícia, Fábio Lordelo, a Polícia já vinha no encalço do traficante, mas sem muito sucesso nas suas investidas. Foi graças e uma denúncia anônima, que a Polícia tomou conhecimento do local da festa (uma casa de eventos no Jardim Cruzeiro) que já durava três dias. Cerca de 50 policiais civis e militares foram mobilizados na operação.
É isso aí. Quando perdemos o medo e passamos à ação, saímos vitoriosos. Se a população continuar denunciando os bandidos, ajudando a polícia, não vai ter cadeia que chegue para tanta gente. E é aí que a porca torce o rabo. Tem bandido demais e cadeia de menos. Esta semana ouvi um advogado de porta de cadeia, defendendo os “direitos” de presos rebelados no Complexo Policial. Dizia ele: “Se o Estado não tem como mantê-los em condições dignas na prisão, o problema é do Estado”.
Realmente, é preciso repensar o sistema judiciário como um todo. E, acima de tudo, é preciso saber por que há tantos criminosos e estudar medidas eficazes de reduzir a criminalidade. E, com certeza, não é defendendo direitos de bandidos. O melhor direito que a sociedade pode dar a eles, é criar meios eficazes para que deixem o crime, ou melhor, que não cheguem a se tornar criminosos. Educação, de verdade, é o caminho. Com escolas bem equipadas e professores bem pagos e bem preparados.
Só pra lembrar, o mercado está cheio de postos de empregos vagos, esperando mão de obra qualificada para ocupá-los. Com emprego e sem ‘bolsa vergonha’, ninguém iria pensar em entrar para o roubo e o tráfico de drogas. Mas tudo isso só pode acontecer se a sociedade exigir dos governantes ações efetivas neste sentido.
Quanto ao trabalho em equipe, quero ressaltar também o trabalho dos colegas que cobriram o fato, notadamente a equipe de Dilton Coutinho, com destaque para Aldo Matos, que sabe e gosta do que faz. Há muito tempo não via um trabalho de cobertura de um evento tão bem articulado. Eu, que sempre critico o nível de jornalismo praticado em Feira, fiquei entusiasmado e com saudades dos velhos tempos. Me deu vontade de estar lá com eles.
Tomara que outras operações como esta aconteçam, para ver se alguma coisa se move. Do jeito que está é que não pode ficar.
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