quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Artigo da Semana


Comigo não!

Quando comecei a adquirir consciência crítica, me perguntei: De onde vim? Onde estou? Para onde vou? E fui buscar as respostas. A busca do conhecimento sobre mim mesmo, levou-me a outras questões, e assim sendo, muitas outras questões foram surgindo. Para algumas perguntas obtive respostas, para outras até hoje não. Mas a minha busca do conhecimento sobre todas as coisas, ainda me motivam e me fascinam. Ainda jovem, achava que adquirindo conhecimento poderia ser útil à sociedade, aos meus semelhantes, para acudi-los na vida prática, auxiliando-os no dia a dia a encontrar respostas para seus questionamentos. Porém, sempre que quis agir assim, tudo que encontrei foi repúdio, inveja, ingratidão. Da forma mais dura descobri que ninguém gosta de ter suas fragilidades expostas. As pessoas tendem a sentirem-se humilhadas diante de alguém mais inteligente ou mais sábio que elas.
Não é o meu caso. Ainda vivendo com meus pais e meus irmãos comecei a observá-los. Analisava cada atitude, cada palavra, a reação de cada um diante das mais diversas situações e assim fui entendendo o caráter de cada um. E de cada um deles busquei o que havia de melhor para usar no meu comportamento, moldando o meu caráter na base da eliminação do que era defeito e imitando o que era virtude. Até hoje sou assim. Olho para as pessoas e delas busco imitar o que há de melhor. Todos temos os nossos defeitos, por isso, é preciso olhar o lado bom das pessoas e aturar os seus defeitos.
Dando a César o que é de César, interagindo com as pessoas de acordo com o que elas esperam de mim, dando-lhes o que elas me dão, sendo sincero para com todos e, principalmente, para comigo mesmo, assim fui tocando a minha vida. Acertei, errei, enganei, fui enganado, ri e chorei, amei e fui amado, odiei e fui odiado. Nada mais nem nada menos do que acontece com todas as pessoas. Porém, com uma diferença: Só faço o que quero. Ninguém me obriga a fazer nada.
E, por isso, vivo angustiado ao ver as pessoas remando a favor da correnteza, sem se perguntar para onde estão indo e onde tudo isso vai dar. Não sei se é uma paranóia, mas eu vejo um grande abismo mais à frente, e eu não quero ir em frente, só porque todos estão indo. Tudo bem se as pessoas sentem-se felizes com o “rebolation” do Carnaval. Mas, eu não.
Eu não quero que Lula ou Jesus Cristo venham fazer por mim o que só eu posso fazer. Eu não quero Carnaval, pois não tenho nada para comemorar. Pessoas estão sofrendo, estão morrendo, estão sento humilhadas e conduzidas a um estado catatônico. Seguindo a correnteza sem se dar conta do perigo.
Sexo, futebol e Rock’n Roll, somente, não fazem minha cabeça. Eu preciso de mais. Por isso não posso ir a uma homenagem a uma maestrina, autora do hino da minha terra, para ouvir e ver as pessoas ralando a “Tcheca” ou dando a “patinha”. Iria, se fosse uma filarmônica de Feira tocando retretas ou, quiçá, a Orquestra Sinfônica da Bahia, executando músicas de Georgina Erismann. Eu sou assim. Fazer o que?

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