sábado, 19 de junho de 2010

Violência X Estatuto da Criança e do Adolescente



Após a notícia de adolescentes mortos em decorrência das drogas, o pai de uma das vítimas deu um depoimento triste, de quem sabia que o fim de seu filho não seria diferente, pois era viciado em drogas. Confessou que dava dinheiro ao filho para que ele não “pegasse” nada de ninguém para sustentar o vício. Mas, o que mais me comoveu e me revoltou foi quando ele confessou ter procurado ajuda junto aos órgãos públicos e não conseguiu apoio algum. “Procurei juiz, delegacia, secretaria de saúde e muitos políticos, mas, ninguém me ajudou a salvar meu filho”.

Em seguida um outro pai entrou no ar e deu um depoimento idêntico. Tem um filho adolescente viciado e não encontra ajuda para tirá-lo do vício. Esse pai se disse revoltado com o Estatuto da Criança e do Adolescente que proíbe os pais de colocarem os filhos menores para trabalhar e até de dar-lhe um corretivo para fazê-lo obedecer. “O que eu faço? Não posso botar ele pra trabalhar nem dar-lhe um corretivo porque posso ser preso. Não posso vigiá-lo dia e noite porque tenho que trabalhar para não morrermos de fome”.

Eu concordo com esse pai com relação a essas leis que não protegem os jovens coisa alguma. Ao contrário, induz as crianças ao erro uma vez que elas não podem ser castigadas. Vejo crianças e adolescentes noite adentro nas ruas, nos bares, pedindo dinheiro ou vendendo qualquer coisa e o Conselho Tutelar, o Juizado de Menor, o que fazem? Fecham os olhos pra tudo isso, enquanto nossos jovens são mortos na calada da noite por traficantes, bandidos ou até mesmo pela polícia.

Concordo plenamente com o major Jader Martins, que em entrevista neste mesmo programa de rádio (Ronda Policial da Rádio Subaé) que noticiava as mortes dos jovens, disse que o problema é de todos nós. Disse também que os pais têm o poder pátrio, que podem sim exemplificar seus filhos para educá-los. O que não podem é espancar. Tenho um filho adolescente e procuro orientá-lo, converso, dou conselho, mas, se preciso, uso os métodos antigos. Castigo quando necessário e premio quando merecido.

Fico a me perguntar qual a razão das autoridades judiciais não concordarem com o Toque de Acolher que está dando certo em tantos municípios. Argumentam que é inconstitucional. Mas, é constitucional deixar crianças e adolescentes nas ruas em altas madrugadas? As estatísticas da policia mostram que estes jovens são mortos sempre após a meia noite. E que a grande maioria estava envolvida no mundo das drogas.

Não adianta dizermos que o problema não é nosso. Que quem tem que resolver é o Governo, A, B ou C. Uma hora poderemos ser vitimas. Não adianta ficarmos nos escondendo atrás de grades e cercas elétricas. Temos que agir. Então vamos colaborar, vamos denunciar o que vemos de errado, de suspeito, vamos orientar nossos filhos e, principalmente, vamos amá-los. Vamos amar nosso próximo, dar a mão aquele que precisa e rezar muito. Porque chegamos a um ponto que só muita oração, muita fé em Deus para sobreviver nesse mundo cão onde o ter supera o ser.

Um comentário:

Lia Sergia Marcondes disse...

O poder pátrio, neste País, está cada dia mais enfraquecido. Arrisco dizer, até, que está por um fio. E pra piorar a situação: se os pais tivessem liberdade real para criar os filhos da maneira como acham correto, poucos saberiam como fazê-lo. Porque o povo está cada dia mais ignorante... (em muitos sentidos)

Para os pais da minha faixa etária eu sou rigorosa demais e até mesmo "antiquada". Mas o que eu vejo na minha frente é uma criança feliz e super saudável. Se é este o resultado do meu rigor, que assim seja. Posso até ser bem rigorosa, mas eu garanto que minhas filhas não passam um só dia sem serem abraçadas, beijadas e sem ouvir o quanto eu as amo. E mesmo quando forem adolescentes e não quiserem mais tanto afago, vão ter que aturar uma mãe melosa! hahahaha

Rigor não é sinônimo de falta de amor. Aliás, muitas vezes a prova maior de amor que os pais podem dar é saber dizer NÃO.


Beijos, mãe!