“A escrita
como uma pulsão mais forte”. Assim o poeta e artista plástico Antônio
Brasileiro define a escritura poética da coletânea “há um poema morto na sala”,
o segundo livro de poesias de José de Assis Freitas Filho. Segundo ele, o autor
“é desta estirpe de poetas que escrevem por uma absoluta precisão. A escrita e
a vida, uma e outra uma só”.
O que
primeiro chama atenção no livro, selecionado em edital da Uefs Editora, é a
forma direta e contundente de seu título, o qual pode ser lido como um verso.
Em sua sintaxe, cuja força se concentra no verbo “haver”, o que o poeta percebe
é um acontecimento invisível, ilegível e insonoro: o tédio, “esse monstro
delicado”, como o chamou Baudelaire.
A sala de que
nos fala o poeta feirense não é metafórica, mas a “enorme realidade” da
condição humana a que se refere Drummond num dos poemas de Sentimento
do mundo. Nesta coletânea, o que o autor nos instiga a ver, ler e ouvir é a
sensação dolorosa deste tempo dito “pós-moderno”, o do modelo do vale-tudo da
arte e de qualquer outro fazer e saber. Por isso mesmo, um tempo de signos cada
vez mais vazios, mentirosos. Um livro, portanto, em que a poesia resiste a esse
modelo.
José de Assis
Freitas Filho é jornalista, sociólogo e mestre em Letras. Atua na Assessoria de
Comunicação da Uefs e já publicou cinco livros (quatro de narrativas e um de
poesia). “há um poema morto na sala” tem lançamento previsto para o dia 29
(quinta-feira), a partir das 16h, no hall do prédio da reitoria da Universidade
Estadual de Feira de Santana (Uefs).
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