sábado, 29 de julho de 2017

Pelé eterno



Ouço a notícia de uma pesquisa publicada por uma revista onde Pelé está em terceiro lugar como o maior jogador do mundo. E Maradona estaria em primeiro lugar. Nada mais natural. As pessoas que elegeram Pelé como Atleta do Século e como o maior jogador de futebol de todos os tempos, estão velhas ou mortas, mas, foram testemunhas da história, estavam lá para ver o que Pelé fez, enquanto que as novas gerações ficam apenas no “ouvi dizer”. Cada qual, ao seu tempo, elegeu os seus artistas preferidos, seus ídolos. No futebol, para mim, Pelé é eterno. Simplesmente porque eu estava lá. Eu vi e posso testemunhar os seus feitos jamais superados.

Eu posso testemunhar e fazer comparativos entre Pelé e Maradona. O que eu me lembro de Pelé: Um garoto de 16 anos em prantos após sagra-se campeão mundial de futebol na Copa de 1958. Isso eu vi na TV. Depois, em 62, novamente campeão do mundo. Isso eu ouvi no rádio. Em 1970, assisti Pelé ser tri campeão do mundo, ao vivo e em cores pela TV. De 1966 em diante vi na TV e nos estádios do Brasil, inclusive na Fonte Nova, grandes exibições de Pelé, mostrando toda a sua arte, fazendo jogadas e gols fantásticos, sagrando-se campeão nos mais diversos campeonatos e torneios, nacionais e internacionais, pelo Santos, até decidir deixar de jogar futebol e aceitar um convite para ir ensinar aos americanos a jogar futebol. Além dos inúmeros títulos estaduais regionais, e nacionais, ainda ficou um saldo de duas Libertadores, dois Campeonatos mundiais de clubes e três copas do mundo, tendo marcado mais de mil gols em toda a carreira.


Há um episódio que define bem a adoração do povo por Pelé: O Santos foi convidado a fazer um amistoso num país aqui da América do Sul, e Pelé era a atração principal. Mas, o árbitro, talvez querendo ter seus 15 minutos de fama a que todo mortal tem direito, achou de expulsar Pelé. Diante da revolta da torcida, os promotores do evento substituíram o árbitro e Pelé continuou em campo. Há muito mais, como os gols perdidos que ficaram famosos, dribles inesquecíveis como o que deu no goleiro do Uruguai. Chutes diretos do campo de defesa para a meta do adversário, e por aí vai.

O que eu me lembro de Maradona: Um jogador talentoso que, talvez pela carência de ídolos na Argentina, foi endeusado pela torcida. Naquela que seria a sua “Copa do Mundo”, em 1882, foi expulso por ter agredido covardemente o jogador Brasileiro, Batista, num jogo em que a Argentina Perdeu por 3 X 1 para o Brasil. Em 1994, foi eliminado da Copa dos Estados Unidos, na qual o Brasil sagrou-se Campeão, por ter sido apanhado no exame antidoping. A única Copa que ele ganhou, foi justamente com um gol seu, de mão, que todo o estádio viu, menos o juiz. Maradona notabilizou-se também por seu mau caráter, chegando ao cúmulo de atirar com uma carabina de pressão contra torcedores da própria Argentina. Teve uma carreira curta, não foi bem sucedido como treinador, e só quem acha que ele é o maior jogador de todos os tempos são argentinos. Fazer o que? Cada povo tem o ídolo que merece. 


Nós temos Pelé, o eterno craque de futebol.

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