Ouço a notícia de uma pesquisa publicada
por uma revista onde Pelé está em terceiro lugar como o maior jogador do mundo.
E Maradona estaria em primeiro lugar. Nada mais natural. As pessoas que
elegeram Pelé como Atleta do Século e como o maior jogador de futebol de todos
os tempos, estão velhas ou mortas, mas, foram testemunhas da história, estavam
lá para ver o que Pelé fez, enquanto que as novas gerações ficam apenas no
“ouvi dizer”. Cada qual, ao seu tempo, elegeu os seus artistas preferidos, seus
ídolos. No futebol, para mim, Pelé é eterno. Simplesmente porque eu estava lá.
Eu vi e posso testemunhar os seus feitos jamais superados.
Eu posso testemunhar e fazer
comparativos entre Pelé e Maradona. O que eu me lembro de Pelé: Um garoto de 16
anos em prantos após sagra-se campeão mundial de futebol na Copa de 1958. Isso
eu vi na TV. Depois, em 62, novamente campeão do mundo. Isso eu ouvi no rádio.
Em 1970, assisti Pelé ser tri campeão do mundo, ao vivo e em cores pela TV. De
1966 em diante vi na TV e nos estádios do Brasil, inclusive na Fonte Nova,
grandes exibições de Pelé, mostrando toda a sua arte, fazendo jogadas e gols
fantásticos, sagrando-se campeão nos mais diversos campeonatos e torneios,
nacionais e internacionais, pelo Santos, até decidir deixar de jogar futebol e
aceitar um convite para ir ensinar aos americanos a jogar futebol. Além dos
inúmeros títulos estaduais regionais, e nacionais, ainda ficou um saldo de duas
Libertadores, dois Campeonatos mundiais de clubes e três copas do mundo, tendo
marcado mais de mil gols em toda a carreira.
Há um episódio que define bem a adoração
do povo por Pelé: O Santos foi convidado a fazer um amistoso num país aqui da
América do Sul, e Pelé era a atração principal. Mas, o árbitro, talvez querendo
ter seus 15 minutos de fama a que todo mortal tem direito, achou de expulsar
Pelé. Diante da revolta da torcida, os promotores do evento substituíram o
árbitro e Pelé continuou em campo. Há muito mais, como os gols perdidos que
ficaram famosos, dribles inesquecíveis como o que deu no goleiro do Uruguai.
Chutes diretos do campo de defesa para a meta do adversário, e por aí vai.
O
que eu me lembro de Maradona: Um jogador talentoso que, talvez pela carência de
ídolos na Argentina, foi endeusado pela torcida. Naquela que seria a sua “Copa
do Mundo”, em 1882, foi expulso por ter agredido covardemente o jogador
Brasileiro, Batista, num jogo em que a Argentina Perdeu por 3 X 1 para o
Brasil. Em 1994, foi eliminado da Copa dos Estados Unidos, na qual o Brasil
sagrou-se Campeão, por ter sido apanhado no exame antidoping. A única Copa que
ele ganhou, foi justamente com um gol seu, de mão, que todo o estádio viu,
menos o juiz. Maradona notabilizou-se também por seu mau caráter, chegando ao
cúmulo de atirar com uma carabina de pressão contra torcedores da própria
Argentina. Teve uma carreira curta, não foi bem sucedido como treinador, e só
quem acha que ele é o maior jogador de todos os tempos são argentinos. Fazer o
que? Cada povo tem o ídolo que merece.
Nós temos Pelé, o eterno craque de
futebol.
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