quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Macho, porque não?

Masculinidade tóxica se refere à noção de que “determinado conjunto de valores, comportamentos, características biopsicossociais associadas a indivíduos do gênero masculino, e incentivadas culturalmente, podem trazer consequências nocivas à sociedade, inclusive para os homens”.

A descrição serve da feijoada sem lei do Zé Banha ao macho per si. Alto lá com o andor que o santo é de barro. Não preciso de feitor me impondo de forma tóxica a escolha do que é tóxico para mim. Meu tóxico, minhas regras.

Esse discurso manipulador e controlador desperta meus instintos mais primitivos. O que está em jogo é quebrar a espinha dorsal masculina, facilitando às mulheres uma dominação de interesse político e poder que não tem nada a ver com o antes, durante e depois. Até porque, nunca vi mulher que botasse a bota no trombone gabando seu macho porque mija sentado e é um molenga sem espinha, inclusive na pegada.

Mulher que é mulher – as normais, ao menos- gosta de homem com sabor de cerveja na boca, firmeza provocante, persistência extasiante. Nunca vi uma que aprovasse o gasto com depilação, lingerie, vestido colado, para comer pipoca no cinema vendo Transformers, sem que o escurinho sirva a uma provocação, uma amostra do que o resto da noite pode oferecer. Um homem que não oferece nada à mulher para ela resistir – pelo menos um pouco- não honra o cargo que almeja. Para ver só o filme melhor comer batata frita no air freyer e encarar uma série com vinte temporadas.

Toda vez que alguém apela para masculinidade tóxica vejo um maquiavelismo instrumentalizando um modelo de macho que não coça o saco, não troca pneu, usa esmalte, não defende a mulher na hora do soco, e a manda ir à guerra porque matar o inimigo que ia degolá-la é uma violência.

Outro aspecto é a tentativa de limitar o número de relações que o homem pode ter. Ah, me bata um abacate. Desde que não seja em paralelo o homem- e a mulher- ficam com quantos ou quantas quiserem. Se for de livre e espontânea vontade entre as partes que cada um lute pelo que deseja, assume, ou dá conta. O que não é aceitável é fiscal de braguilha que de forma abusiva quer impor o que acham que é correto.

Esclareço, para evitar mal-entendidos de quem lê precisando de legenda, que isso não tem nada a ver com defesa de estupro, agressão, que está bem tipificado no Código Penal e deve ser cumprido com extremo rigor. Falo do processo de domesticação do macho- última espécie fora da coleira ideológica- utilizando o discurso dos tipos extremos- uma minoria- para estabelecer o crepúsculo do homem. Nunca vi uma mulher bem resolvida reclamar da proteção masculina, indecência na cama, ou responsabilidades viris, inclusive rachar lenha, e, suprema coragem- matar barata.

Então, aqui entre nós: masculinidade tóxica um cacete!

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