sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O que estamos esperando?


O assassinato de Marcos Paulo, filho do radialista Paulo José, foi apenas mais um crime do nosso cotidiano. Mas poderia não ser, se nós, brasileiros (e aí me incluo) tomássemos vergonha na cara e decidíssemos não mais suportar este estado de coisas. Nós trabalhamos quatro meses do ano só para pagar impostos. Elegemos vereadores, deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos, governadores e presidente da república, para que trabalhem para nós, executando ações que não temos tempo nem podemos realizar porque precisamos trabalhar, produzir e sustentar nossas famílias.
Também mantemos, através do pagamento de impostos, forças militares para nos dar segurança para trabalhar em paz. Exército, Marinha e Aeronáutica, têm como objetivo defender o País de agressões e invasões que possam advir de alguma nação hostil. As polícias Militar e Civil foram criadas para dar segurança aos cidadãos no seu cotidiano, prendendo ou matando bandidos que ameacem a integridade física ou patrimonial de quem trabalha e produz. Incluam-se aí, juízes, promotores, desembargadores e todo esse pessoal do Poder Judiciário a quem pagamos para julgar e sentenciar criminosos, mantendo a ordem entre os civis.
Mas, não é o que acontece. Os políticos por si só, por conta de seus atos espúrios, perderam a credibilidade da população que, aliás, hoje abriga em seu seio de que, é “otário” quem não entra na roubalheira do dinheiro público que grassa em todo o País. O negócio é levar vantagem em tudo, não importando os meios que se tenha que usar.
Aceitamos passivamente que nos enganem, nos humilhem, nos roubem e nos matem, sem esboçarmos o menor traço de reação. Desarmaram os cidadãos e deixaram os bandidos armados, sob a alegação de uma suposta contenção da violência, o que não aconteceu. Muito pelo contrário, recrudesceu. E, cinicamente, apresentam estatísticas falsas para nos convencer de que a violência diminuiu. Recentemente, aqui na Bahia, o secretário de Segurança maquiou números estatísticos para convencer à população de que a violência está sobre controle. Não está.
Se não tomarmos em nossas mãos as rédeas do nosso destino, e partirmos com vontade para cima dos bandidos, desde o reles ladrão de galinhas até os bandidos de colarinho branco, o nosso futuro é sombrio. Hoje, somos monitorados de todos os lados. Usando da tecnologia nos vigiam diariamente em busca de informações sobre nossos ganhos, para buscar um jeito de nos tomar mais dinheiro, se possível, de um modo supostamente legal.
Eu, que por muito tempo combati a ditadura militar, entendo hoje que, àquela época, se não se tivesse criado um abismo entre a imprensa e o governo militar, a revolução de 1964 teria sido vitoriosa e hoje não estaríamos vivendo neste verdadeiro inferno. Ainda vejo uma luz no fim do túnel, pois os militares estão inquietos. Parecem estar apenas esperando um chamado da sociedade organizada, para, enfim, tomar as rédeas do poder e iniciar um período de ordem e progresso. Contam com a minha simpatia e o meu apoio. Infelizmente, é só o que posso oferecer.
O que estamos esperando? Até quando vamos aceitar que nos matem, a nós e aos nossos filhos, sem reagir?

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