quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dia do (a) Amante

 22 de setembro é o 'Dia do Amante'. A palavra amante significa “aquele que ama”. Contudo, normalmente esta palavra é associada a traição. Numa roda de mulheres casadas, é um assunto que sempre vem a tona. Como você reagiria se soubesse que seu marido tem outra? Essa é uma pergunta frequente. Não costumo conversar sobre essas coisas porque acho que não existe fórmula pronta para lidar com certas situações. É a mesma coisa que perguntar como você reagiria se fosse assaltada ou sequestrada? Fazer suposições é muito fácil. Porém, cada pessoa reage de forma diferente em situações idênticas. Então, é melhor não enfaixar a cabeça antes de quebrar.

Como dizem os estudiosos do assunto, historicamente falando a 'traição' sempre existiu. O Dr. Amaury Mendes Júnior, médico ginecologista com pós-graduação em terapia sexual, afirma que embora considerada moralmente errado em diversas sociedades, ela persistia talvez por causa de uma propensão inata para o comportamento polígamo dos seres humanos. Entre os antigos hebreus uma mulher tinha de ser virgem, na noite de seu casamento e depois permanecer fiel para sempre a seu leito conjugal. Porém, aos homens era permitido o acesso sexual a prostitutas, concubinas, viúvas e criadas domésticas. Só lhes era interditado o relacionamento sexual com mulheres casadas, pois, Deus dizia: Não cobiçarás a mulher do próximo. Certamente foi esta a razão pela qual a proibição divina do adultério foi incluída nos 10 mandamentos, a tendência inata dos homens para a infidelidade.

Também é dito que um (a) bom (a) amante é capaz de salvar um casamento que não tem mais sabor, pois é capaz de anestesiar a crise, melhorando um pouco à tensão no lar. O sexo entre os seres humanos racionais deixou de ser puramente reprodutivo significando hoje em dia domínio, submissão, poder, aceitação, profissão e até mesmo amor, diz ele.

O comportamento poderoso do hormônio testosterona faz com que o homem procure uma mulher para alívio de sua tensão sexual. Os homens tendem a excitar-se sexualmente com mais rapidez do que as mulheres. Esta impulsividade dos homens faz com que haja uma probabilidade maior de adultério por parte destes. Em geral as mulheres buscam amor e apoio, já os homens buscam uma frequência e uma variedade maior de parceiras. Eles dizem que precisam variar o cardápio.

Em todas as épocas a sociedade sempre castigou as mulheres e eximiu os homens de penalidades, sendo inclusive considerado sinal de virilidade possuir muitas mulheres. Steinberg, psicólogo norte americano, explica todo relacionamento entre um par como um triangulo, nomeando os vértices como amor, sexo e objetivos. No início de um relacionamento o que mais rola é sexo, depois entra o amor e por último os objetivos.

Porém sexo é um tipo de relacionamento importante e equilibrado em que as trocas precisam ser exatamente iguais, ou seja, o par precisa sentir-se querido e amado em igual intensidade. O problema é que temos libido diferente uns dos outros, e se as recusas forem constantes, a auto estima do outro vai lá em baixo. É mais fácil trocar de parceiro que terminar com o sonho do amor ideal que existe dentro de todos nós, diz ele.

O médico diz ainda que nas crises, ou quando a paixão diminui, devemos sempre através do dialogo franco rebuscar o amor, pois é a única maneira do casal iniciar um novo ciclo de convivência. Magoas ou fingimentos não levam a nenhum crescimento, podendo mesmo ocorrer o rompimento de uma relação ou a infidelidade, pois a incompreensão mútua diminui a auto estima e o desejo sexual. “Um procedimento muito simples pode ajudar você a superar suas crises conjugais: Nunca vá dormir zangado com seu par, você terá pesadelos”, conclui.

De minha parte, acredito que quando o amor é puro e verdadeiro, se sobrepõe a tudo e a todos e chega o momento em que o parceiro não mais sentirá necessidade de experimentar outros pratos, porque descobre que o melhor mesmo é aquela deliciosa comidinha caseira. Cabe a nós cuidarmos do tempero.

Maura Sérgia

Nenhum comentário: