sexta-feira, 30 de setembro de 2011

E agora? Que fazer com essa tal terceira idade?


Esta semana comemora-se o Dia do Idoso, transcorrido na terça-feira (27). Lembrei-me de que, quando rapaz, costumava imaginar a que idade eu chegaria. Era uma época em que uma pessoa de 40 anos já era considerada velha. Morria-se com 60 anos em média. E eu achava que, devido à vida extravagante que levava, se chegasse aos 60, o que viesse seria lucro.
E agora vejo que, em pouco mais de dois anos faço 60 anos. Posso até morrer antes, de susto, bala ou vício, mas me sinto em forma e creio que ainda posso avançar mais no tempo, e, dependendo da vontade de Deus, quem sabe consigo o feito do meu amigo Gil Porto, que chegou aos 90 anos com boa saúde, forte e lúcido.
Mas o problema é que eu não sei se quero viver tanto. Quando eu olho em minha volta e vejo como os idosos são maltratados, tenho medo. Afora aqueles que são bem cuidados pelas suas famílias, ou estão em asilos ou frequentam centros de convivência, os idosos estão comendo o pão que o diabo amassou.

Ninguém respeita um idoso. Pelo contrário, não se dá atenção a eles, que são vítimas de todo tipo de agressão. Vejo na zona rural idosos sendo assaltados ao voltar para casa com o dinheiro de uma pensão ou aposentadoria. Vejo parentes usando o cartão de crédito dos idosos para afundá-los em dívidas impagáveis. Vejo instituições financeiras oferecendo empréstimos mirabolantes, com a conivência do governo, que atolam os idosos em dívidas.

Inventaram filas para idosos nos bancos, nas casas lotéricas e no escambau do Ovo da Ema. Mas, de que adianta? O número de idosos aumentou, porque aumentou a longevidade do ser humano devido aos avanços da medicina. Assim sendo, as filas para idosos são enormes, e eles ficam em pé por horas, porque ninguém lhes oferece o conforto de um assento.

Não. Não quero viver assim. Mas como não depende de mim, eu vou tentar viver como sempre vivi, sem me preocupar com o dia de amanhã, porque, assim como o dia de hoje, o amanhã pertence a Deus. A ele entrego todos os dias a minha vida, para que a faça conforme a sua vontade e não a minha, pois ele sabe o que é melhor para mim. 

E como sempre digo, viver é estar de bem consigo mesmo e com os outros. De bem com a vida, em paz consigo e com Deus. E mesmo nos momentos mais difíceis da vida, quando bate aquela impressão de que não vamos conseguir vencer os desafios, não desistir. E apesar da derrota numa batalha, saber que outras virão e que, a derrota nos torna mais fortes e preparados para outras batalhas. Até o dia em que o criador nos conceder um merecido descanso.

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