segunda-feira, 7 de agosto de 2017

O caos da saúde quando não mata, lesa.

Embora o apedrejamento médico seja um dos esportes prediletos da atualidade, assim como o uso das falhas individuais- existentes-para viabilizar ações de outros profissionais em atos médicos, é incrível como a Sociedade tolera os espaços em que são atendidos e as condições em que os médicos são obrigados a exercerem a profissão.
 
São, em quase todo serviço público, condições selvagens, sejam físicas, ou estruturais, com  falta de equipamentos mínimos e obrigatórios. A falta leva ao erro e o erro, a acusações contra o médico, nunca contra o gestor da saúde. É como se o médico, por ser médico,  pudesse prescindir de exames, de um cardiotocógrafo pra ver a evolução de um parto, um eletro, desfibrilador, medicações de suporte. Isto, em um sistema em que as Centrais de Regulação transformam em fatalidade as esperanças.
 
Há situações tão insalubres que se fossem com outro tipo de trabalhador seria considerado trabalho escravo.  As fiscalizações cumprem um faz de conta com os serviços públicos e a população não tem ideia dos riscos a que ficam submetidos ou das chances de sobrevivência que lhe são tiradas pela falta de recursos.
 
Definitivamente, o  modelo administrativo da saúde, público, não funciona; o terceirizado, funciona, mas é restrito, ainda que preferível. Melhor um pouco que resolve, do que um tudo que ilude.
 
Assim, neste impasse, na desorganização, na escassez de suporte, pacientes e médicos se expõem a um apocalipse assistencial que mata e quando não mata, lesa. A ambos. 

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