quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Por ocasião dos 20 anos da morte da “Princesa do Povo”



Perguntaram-me o que eu sabia sobre a vida e morte da Princesa Diana (Lady Di, para os íntimos, e “Princesa do Povo”, para a patuleia, a plebe ignara). Com a franqueza que me é peculiar, respondi que muito pouco sei, até porque não costumo me interessar nem comentar sobre a vida alheia. Sempre fui muito ocupado e tinha coisas mais importantes a fazer. Contudo, nessa “Aldeia Global”, que está a cada dia mais aldeia e a cada dia mais global, é impossível que não nos cheguem aos olhos e ouvidos os mexericos das “Candinhas”, sempre atentas à vida alheia e desatentas para com suas próprias vidas.
De sorte que fiquei sabendo que Diana era uma jovem plebeia britânica que caiu nas graças (ou seriam desgraças) do filho retardado da Rainha da Inglaterra, Elisabeth II, que para sacanear a mãe (a véia morre, mas não lhe passa o trono), e toda a realeza, implicou de tirá-la da ralé, casando-se com ela e levando-a para o Palácio de Buckingham, tornando-a na Princesa Diana. Durante todo o processo, a Rainha teve diversos chiliques, e só não morreu porque ela decidiu que só morre depois do filho rebelde e desmiolado, e palavra e Rainha não volta atrás.

Ocorre, entretanto, que o príncipe, que de encantador não tem nada, pois é feio pra burro, é um rufião desgraçado que atormenta dia e noite as cortesãs (algumas muito tesãs mesmo) e camareiras do palácio. Diz-se que Charles não pode ver um pinto cagando. Sendo assim, pular a cerca passou a ser uma rotina na vida de casado do Príncipe. A Princesa, coitada, ainda neófita nos costumes palacianos, só fazia chorar e se lamentar, até porque pulando tantas cercas e muros (muro de palácio é alto pacaray), sempre chegava em casa cansado demais pra dar a devida assistência conjugal à bela jovem e fogosa Princesa com a qual se casara. Sendo oriunda do povo, e povo é bicho malestroso, Diana logo superou o trauma inicial causado pelos chifres que lhe enfeitavam a testa, e partiu para dar o troco.
E nesta coisa de toma lá, dá cá, chifre vai e chifre vem, eis que Charles se apaixona por Camila Parker, a “Duquesa da Cornualha”, título esse deveras muito apropriado. Diana, por sua vez, como mulher oriunda do povo, também se apaixonou por um plebeu, o milionário indiano, Dodi Al Fayed. Nesta troca, pelo menos aparentemente, do ponto de vista estético, Diana saiu ganhando, porque enquanto Camila Parker é feia pra burro (ou melhor, pra jegue, porque tem o rosto parecido com o dos jumentos do nosso Nordeste), Al Fayed é um sujeito bem apessoado, estando mais pra príncipe que pra sapo.
Talvez tudo se acomodasse porque os pares formados nesta suruba real, pareciam feitos sob media, um para o outro e vice versa. Mas o povo inglês (ah! Povo é povo em qualquer lugar do mundo), adora um fuxico, um disse me disse, uma conversa de comadres, essas coisas próprias do povo. E a imprensa britânica também não se faz de rogada e não mede esforços para dar ao povo o que o povo mais gosta: fofoca. São milhares de tabloides, jornalecos, pasquins, especializados em mexericos na Inglaterra. O Palácio de Buckingham onde mora a realeza vive cercado de repórteres paparazzi com câmaras e gravadores vigiando e registrando tudo que acontece dentro e fora do palácio. E assim foi que, mesmo já divorciada do sapo, digo, Príncipe, Lady Di não teve sossego nem privacidade. Um dia, tentando dar uma escapada com Dodi para, quiçá, tomar uma cerveja morna num Pub londrino ou apreciar o reflexo do luar sobre o rio Tâmisa, tendo como pano de fundo a Torre de Londres, eis que o casal foi perseguido por paparazzis.
Tentando fugir da indiscrição dos jornalistas, o motorista perdeu as contas numa curva e virou o carro, morrendo no acidente, ele e o casal desafortunado. Hoje em dia as mamães britânicas quando vão colocar seus filhos para dormir, contam a história da “Princesa do Povo” e seu amado, que nas noites de Lua Cheia e Fog intenso, cantam lamentando seu trágico destino e suas vozes confundem-se com o coaxar dos sapos às margens do rio Tâmisa.

P.S. Ufa! Nem Allan Poe faria melhor.

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