quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Facebook admite que deixa seus usuários infelizes



Poucas empresas podem se dar ao luxo de falar mal dos próprios produtos e saírem impunes. O Facebook é uma delas. No último dia 15, o blog oficial da rede social publicou um texto em que dois pesquisadores – funcionários do próprio Facebook – discutem o impacto psicológico e social de passar o dia com a cara enfiada na timeline.  
A primeira providência deles é admitir que rolar a tela sem rumo, julgando o textão alheio, é mesmo a melhor maneira de ficar na bad. “Nas mídias sociais, você pode passar pelos posts passivamente, como quem assiste TV, ou pode interagir ativamente – mandando mensagens e deixando comentários”, afirma o post.
Exatamente como ocorre ao vivo, interagir com as pessoas com que você se importa pode ser benéfico, enquanto observar os outros de longe faz você se sentir pior.”

Essas conclusões se baseiam em artigos científicos (como este) que mostram que meros dez minutos diários de observação passiva da vida de seus amigos, sem se engajar em nenhum tipo de interação, estão diretamente associados a um estado de humor ruim ao final do dia.
Outras pesquisas (como esta), revelam que olhar seu próprio perfil aumenta consideravelmente a autoestima, principalmente depois que você leva uma bordoada no ego e precisa de um afago. Fuçar o perfil alheio tem o efeito oposto.
O post é uma espécie de mea-culpa, necessária depois que Chamath Palihapitiya – vice-presidente do setor de atração de usuários do Facebook até 2011 – cuspiu no prato em que comeu (não sem razão). “Esse processo de retroalimentação que nós criamos, movido pela dopamina, está destruindo o funcionamento da sociedade”, afirmou o executivo, fazendo menção ao circuito de recompensa do cérebro – responsável por nos viciar em coisas como cigarro e notificações. (Carlos Trentrini)

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