sexta-feira, 27 de março de 2009

A dor de um cidadão general (V e última parte)

Ao terminar, só poderei dizer o seguinte: na marcha em que vai o Brasil, chegaremos a uma revolução social com sangue, a não ser que os homens de bem reajam ou todos nós iremos sofrer a desgraça das paixões desenfreadas das massas. Já ia terminar quando chega ao fim o tão falado reajuste dos militares. Uma vergonha e uma humilhação. Foi dado um reajuste parcelado, como uma esmola e todos calados. A segunda parcela, dos 10% restantes, só será dada em agosto de 2006, ano de eleição – e, por causa disso, alguém vai jogar a lei em cena, para impedir a consumação da segunda parcela.
Parece que estou vendo se aproximar o fim do ano. Estarão pensando no almoço dos Oficiais-Generais das três Forças Armadas que se sentirão constrangidos com a presença de um presidente da República contrafeito, que, na sua verbosidade de boquirroto, poderá usar outro nome, também pejorativo, para qualificá-los, que não de bando? O pior é que o almoço será pago com dinheiro público, quando deveria ser por adesão, se precisasse haver e houvesse pejo de proporcioná-lo, só porque é uma tradição. Vamos aguardar.
Conclamo a que, onde estivermos, tenhamos a coragem de gritar. Não podemos ficar esperando que só os camaradas da ativa sejam responsabilizados. Nós estamos vivos e pertencemos às Forças Armadas. Chega de tanto comodismo. É a hora da luta, de mostrarmos que temos vergonha na cara. Lembre-se que os camaradas da reserva estavam vivos em 64. Ficar em casa é um crime de lesa-Honra, quem sabe, até de lesa-Pátria. Não podemos aceitar que o nosso País seja governado por incompetentes e marginais e mentirosos. É fundamental que os nossos Brados não sejam esquecidos. Não há do que nos envergonharmos.
Estou me dirigindo, portanto, aos homens de bem de meu País e às minhas queridas forças armadas.
A Marinha diz: sustentar o fogo que a vitória é nossa! O Exército fala: sigam-me os que forem brasileiros! A Aeronáutica exclama: bandeirantes altivos do ar! Não preciso dizer mais nada. Acredito na verdade e honra da farda .

Fortaleza, setembro de 2005
General de Divisão Reformado Francisco Batista Torres de Melo.

NOTA: O Grupo Guararapes, reunido dia 30.08.2005, tomou conhecimento deste documento-desabafo de nosso Coordenador Geral, Gen. Francisco Batista Torres de Melo, e considera que não pode fugir ao dever de se juntar a essa incontestável liderança, com total apoio ao que disse e condenou, na triste contingência da mais enlameada crise política por que este País já passou, que acaba por atingir, por ação ou omissão, os três Poderes da República.

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