sexta-feira, 17 de julho de 2009

Artigo da Semana


Unir o sagrado ao profano. Por que não?

Eu vejo com bons olhos a volta do Bando Anunciador da Festa de Santana, que este ano teve a sua terceira edição, desde que foi resgatado pela Universidade Estadual de Feira de Santana. Não apenas porque sou festeiro por natureza, mas também porque entendo que nossas tradições mais legítimas não devem se perder.
Eu tenho sugerido ao Arcebispo Dom Itamar Vian, e ao Pároco da Catedral, padre Pedro Junior, para que aproximem a igreja da UEFS e dêem ao Bando o seu sentido primordial que é anunciar a proximidade da Festa de Santana. Para tanto, sugiro que envolvam as comunidades, entregando às pessoas que desejam participar do Bando, um folheto contendo toda a programação da Festa. No percurso entre suas casas e o Centro Universitário de Cultura e Arte, local de concentração do Bando para o desfile, distribuam a programação a quantos encontrarem pelo caminho e colocando também nas caixas postais das residências.
Tanto D. Itamar quanto o padre Pedro Júnior, são favoráveis à idéia, mas argumentaram que não houve tempo para mobilizarem as paróquias. Sei que eles têm coisas mais sérias para fazer, e talvez por isso até se esqueçam de tomar tal iniciativa. Sugiro então à UEFS, nas pessoas do reitor José Carlos Barreto e da diretora do Cuca, Selma Oliveira, que no próximo ano busquem contato com a igreja para tentar envolver as comunidades cristãs a participarem do Bando Anunciador.
Alguns grupos organizados já partem dos Olhos D’água e da Rua Nova, por exemplo. Ficaria muito mais interessante se a igreja incentivar outros grupos a partirem dos bairros para engrossar as fileiras dos anunciadores da Festa da Padroeira Senhora Santana. Sei que alguns religiosos vão torcer o nariz para esta idéia. Mas, estas são pessoas que não têm alegria de viver e acham que qualquer manifestação festiva é “coisa do demônio”.
No Bando Anunciador deste ano lá estavam médicos, professores, advogados, empresários, artistas, políticos, jornalistas, garis, mendigos, prostitutas, donas de casa, bêbados, velhos, jovens, crianças, negros, brancos, homens e mulheres, mães com seus bebês no colo, enfim, todo tipo de gente, brincando, cantando, vivendo, participando, bebendo ou não, sem violência, todos empenhados apenas em celebrar a vida e promover a fraternidade entre as pessoas.
Então, por que não levar também a mensagem da Festa de Santana? Esse é o objetivo do Bando Anunciador. Sempre foi e deve voltar a ser. Quero registrar aqui o gesto simpático do Pároco que, pelo segundo ano consecutivo, veio receber o Bando na porta da igreja, abraçando o reitor e o prefeito Tarcízio Pimenta, ambos devidamente borrados de carvão pelo bloco dos sujos. Padre Pedro também não escapou.

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