Este ano o Feiraguai não teve o
movimento esperado pelos comerciantes. O presidente da Associação de
Ambulantes, Nelson Dias, foi bem claro e direto na explicação dos motivos.
Segundo ele, hoje mais de 90 por cento dos comerciantes do local está
legalizado. Ou seja: Estão no mercado formal, emitindo nota fiscal e pagando
imposto e todos os demais encargos sociais de um pequeno empresário. Isso faz
elevar o custo das mercadorias que é repassado para os clientes.
Ainda segundo ele, há um problema com o
que chamou de “invasão chinesa”. Nelson disse que o então prefeito Kassab, de São
Paulo, expulsou de lá os chineses que comercializavam mercadoria clandestinas,
em concorrência desleal com os comerciantes instalados no mercado formal. Estes
chineses teriam debandado para outras regiões do País, notadamente o Nordeste.
E Feira de Santana está cheia deles.
E a coisa não é de agora, pois, segundo
Nelson, a empresa Plascalp, que fabricava insumos hospitalares em Feira de
Santana, há alguns anos fechou as portas porque não conseguia fazer frente a
desleal concorrência chinesa. Enquanto a empresa vendia uma seringa descartável
por R$ 0,7, os chineses vendiam por R$ 0,2. Isso está acontecendo em todo o
Brasil há muito tempo e creio até que em muitos países do mundo inteiro, onde
os governos aceitam esta concorrência desleal, de um país que utiliza mão de
obra escrava e por isso tem mercadorias com preços altamente competitivos.
Mas não é só esse o problema do Brasil.
Ainda esta semana ouvi um economista fazendo uma análise das perspectivas para
a economia do Brasil no ano que vem, e elas não são nada otimistas. Segundo
ele, tudo porque o Governo muda as regras do jogo ao sabor dos ventos, causando
inseguranças aos investidores internacionais, que não se sentem assim motivados
a trazer seus empreendimentos para o Brasil. Aliado a isso está o descontrole inflacionário,
que o governo vem mascarando na esperança de controlar antes que aconteça uma
volta ao caos financeiro em que o Brasil se encontrava antes do Plano Real.
Este mesmo economista mostrou uma
situação curiosa. Segundo ele, quem ganha hoje o mínimo necessário para ser
isento de imposto de renda, se tiver o seu salário corrigido pela inflação
oficial, no próximo ano terá que pagar imposto de renda. Ou seja: O seu salário
será reduzido.
A classe média, que paga a conta do
Bolsa Família, está empobrecendo. A economia do Brasil está em queda. Em breve
teremos apenas duas classes sociais: os ricos e os pobres. Por hora a panela de
pressão apenas começou a chiar, com o alerta da queda do crescimento econômico que
ficou em torno de 2%. Caso a válvula de escape conhecida como Copa do Mundo não
funcione, a panela vai explodir. E ainda assim, caso funcione, não sabemos se
será suficiente para aguentar a pressão que está vindo de todas as frentes, inclusive
as tragédias naturais.
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