quarta-feira, 26 de abril de 2023

Riachão do Jacuípe dá exemplo ao futebol brasileiro

 

Era apenas um jogo entre equipes amadoras do interior do município de Riachão do Jacuípe, localizado na região sisaleira da Bahia, com cerca de 34 mil habitantes. Torcedores e diretores de uma das equipes, inconformados com a derrota, agrediram fisicamente torcedores da equipe rival, bem como diretores, além de ameaçarem o árbitro da partida. A consequência foi a perda de cinco mandos de campo da equipe e sem presença da torcida, além de outras penalidades para diretores. Sem apelação.

         Se essa rigorosidade no cumprimento do que manda o regulamento das competições fosse seguida, o futebol brasileiro estaria em um nível bem melhor. Cito como exemplo as finais dos campeonatos brasileiros da segunda divisão do ano passado. Havia pendencias de julgamento contra o Vasco da Gama e nunca foram julgadas, porque esperaram pelos resultados de vários jogos para definir se o Vasco da Gama venceria ou perderia seu último jogo. É claro que se o Vasco não ganhasse o jogo, o julgamento lhe seria favorável para que não perdesse o acesso a série A.

Se o regulamento dos torneios e campeonatos brasileiros fosse cumprido à risca, inclusive com o cumprimento rigoroso das penas, o futebol brasileiro não estaria tão desacreditado. O torcedor ingênuo, levado pela paixão, a ele não importa se seu time errou ou acertou. Tem que vencer, mesmo que desonestamente. Ele não se apercebe que vencendo de modo desonesto a fragilidade da sua equipe não aparece. E assim sendo, quando disputa um torneio mais qualificado acaba por dar vexame. Esse é o pobre futebol brasileiro, que de falcatrua em falcatrua, vai acumulando derrotas em nível internacional. Uma pergunta: Há quanto tempo não vencemos uma Copa do Mundo? Alguém pode responder por quê? Eu posso. Favorecimento de equipes ruins para atender às necessidades desses ou daqueles clubes em detrimento de outros.

Para acabar de complicar, surgem denúncias de que jogadores estão se vendendo às empresas promotoras de loterias esportivas, casas de apostas, em que até a quantidade de escanteios são apostadas e tudo fica combinado com os jogadores e árbitros das partidas que recebem vultosas quantias para cometerem faltas, pênaltis ou até simples laterais ou escanteios.

Com tanta roubalheira, tanta desonestidade, de uma forma que parece incontrolável, como acreditar na lisura dos campeonatos em todo o mundo? Alguns países aparentam não permitir que seu futebol seja comprometido. Mas, a grande maioria, infelizmente, sim. E o Brasil é um deles.

Por isso eu afirmo que Riachão do Jacuípe dá um exemplo para o mundo. Parabéns Jacuipenses!

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