terça-feira, 24 de maio de 2011

Que país é esse?


O editorial da revista Bahia Indústria, editada pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), que circulou no início deste ano, traz a seguinte pergunta: “o que a Indonésia, Tunísia, Costa Rica e Azerbaijão têm em comum”? A resposta é que todos eles superaram o Brasil no ranking da competitividade, elaborado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial, organização que atua como observadora do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. No 58º lugar o Brasil caiu duas posições em relação ao ano anterior.
No ranking o Brasil ainda aparece entre os países mais avançados em aspectos como sustentabilidade fiscal e competitividade dos setores privado e financeiro, O Brasil também está entre os países mais atrasados em aspectos como corrupção e desperdício de dinheiro público. Está entre os 16 piores em termos de corrupção. Além disso, a sua infra estrutura é considerada deficitária. Em termos de portos está em 122º, em rodovias é o 102º, O nível do ensino fundamental está entre os 12 piores e o ensino de ciências e matemática está no 126º lugar entre os 139 países analisados.
No dia 10 passado a professora Amanda Gurgel, do Rio Grande do Norte, sacudiu a opinião pública ao desafiar os deputados e a própria secretária de educação do seu estado, ao expor na cara deles toda angustia e sofrimento em que vivem os professores e alunos em todo o Brasil diante do descaso com que a educação é tratada neste país. A fala da professora virou assunto nacional e, de quebra, ela ainda convocou pela TV uma movimentação grevista nacional para tentar colocar a educação no caminho certo, devolvendo a dignidade e o respeito que merecem professores, alunos e funcionários da educação.
Há cerca de 60 anos vimos países como Japão, França, Alemanha e Inglaterra, saírem arrasados de uma guerra mundial. Mas, como eram países em que a educação era considerada prioridade pelos seus governos, logo se reergueram e hoje são potencias mundiais. Na década de 80 a Espanha saiu do domínio do generalíssimo franco e o novo governo investiu, prioritariamente, em educação.
Hoje, 30 anos depois, a Espanha é uma potencia mundial. Outros países, como a Coréia do Sul, também investiram em educação e estão se firmando como potencias mundiais.
Mas o Brasil, apesar dos números apontarem uma situação de atraso, de corrupção, de falta de infra estrutura e, principalmente, educação de qualidade, não coloca a educação entre as suas prioridades.
Mas, ainda assim, está investindo bilhões em Copa do Mundo e Olimpíadas, mesmo correndo o risco de pagar um mico mundial, expondo para o mundo inteiro a sua desorganização e o seu atraso.
É verdade que nós, mal educados que somos, estamos pouco ligando se vamos passar vergonha ou não. Aliás, nós não nos preocupamos com nada. Nem se passamos fome. Afinal, temos futebol e carnaval. Do que precisamos mais?

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