sexta-feira, 10 de junho de 2011

Agora tem o que mesmo?

Esta semana uma parturiente deu a luz na recepção do hospital, após passar por vários hospitais do Estado. O lavrador Antonio Carlos Ferreira, pai da criança, residente no município de Cachoeira, foi encaminhado ao Complexo Policial após chutar uma porta na emergência do Hospital Geral Clériston Andrade. Ele perdeu a cabeça com a falta de atendimento à sua esposa que acabou tendo a criança no banco da recepção do Hospital Clériston Andrade.

“Eu nunca estive numa delegacia, perdi a cabeça. Nós fomos tratados como cachorros, uma pessoa sem valor”, afirmou o lavrador, prenhe de razão. Nas farmácias básicas do Estado falta colírio para portadores de glaucoma, uma doença que, se não for controlada, leva inevitavelmente à cegueira. Não faz muito tempo, pacientes portadores de Alzheimer e Mal de Parkinson passaram meses sem ter acesso ao medicamento que faltou nas farmácias das unidades especializadas de saúde. Mas esta é a realidade da saúde na Bahia.

Na Educação o governo trava uma eterna luta com os professores que vivem em greve ou em estado de greve. A todo o momento ouvimos notícias e vemos fotos e filmagens de escolas depredadas, faltando professores, móveis, merenda, energia e até água. Mas na propaganda oficial a realidade é totalmente deturpada. Ouvindo ou assistindo a propaganda do governo parece até que vivemos num Estado perfeito, num paraíso de sonhos onde temos tudo e não nos falta nada.

E no quesito Segurança é onde estamos em pior situação. Mas o pessoal do governo parece não ver a realidade. Há poucos dias os petistas lembraram o “maio baiano” macabro, quando a PM, há dez anos, invadiu o campus da Universidade Federal da Bahia e agrediu estudantes e professores da Faculdade de Direito. 

“Mas eles se esqueceram de dizer que quem comandou aquele espancamento, batendo nos estudantes, foi o atual comandante geral da Polícia Militar, nomeado pelo governador Jaques Wagner. Portanto, aquele que é criticado por erros do passado, hoje é premiado pelo governo do presente”, como bem lembrou o deputado Carlos Geilson.

Aliás, ele também questionou: “Como o governador, num curto espaço de tempo conseguiu se transformar tanto? Ele é

o mesmo que defendia professores em greve. Hoje ele manda cortar salários com apenas 19 dias de paralisação. Quando deputado ele protestava contra os pedágios, e hoje é o que mais privatiza estradas. O que mudou? O que de fato aconteceu com o governador? - Questionou o parlamentar.

“Onde está aquele deputado federal que protestava quando a saúde pública ia mal? Deveria se espelhar em seus discursos para sanar os problemas que ocorrem em nosso Estado”, sugeriu o deputado.
Com a palavra, o governador.

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