sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Gatos, cachorros e meninos



“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. (O Pequeno Príncipe)

Cristóvam Aguiar
Eu venho, há seguramente 30 anos, alertando as autoridades e à população sobre a necessidade de se fazer um controle da população de animais domésticos no município, inclusive, responsabilizando e punindo severamente os seus donos em casos de acidentes. No final dos anos 70 cheguei a apresentar ao então prefeito Colbert Martins, um projeto para criação do Canil Público de Feira de Santana, que seria nada menos que um eficiente serviço de apreensão e controle de animais domésticos. Mas alguém disse a ele que aquilo não rendia votos e que poderia até tirar, e ele abortou o projeto, como todo político.
Gatos, cachorros e meninos, fora! Era engraçado ouvir antigamente as nossas mães gritarem isso para os seus filhos quando faziam algazarra e atrapalhavam os serviços na casa. A gente ria, fazia mais algazarra ainda, e saía correndo em direção aos quintais ou às vias públicas que naquela época eram seguras e se constituíam no nosso melhor espaço de lazer.
Mas, a frase não pode ser levada ao pé da letra, principalmente nos dias de hoje. Necessário se faz um controle da população de animais domésticos e de crianças. Todo mundo quer ter um animalzinho de estimação, uma criação, e filhos. Mas, o que ninguém pensa, é na responsabilidade de se ter a guarda de um ser vivente. Uma vez que se tem a guarda, é necessário se ter cuidados necessários para que cresçam forte, educados e sadios.
Animais abandonados e doentes transmitem doenças aos seres humanos. Crianças abandonadas e doentes causam prejuízos e dor aos seres humanos. E como no Brasil tudo anda na contramão (não demora e galinha vai ciscar pra frente) as soluções encontradas para o problema são sempre paliativas quando não agravantes.
No caso dos animais, a própria Associação de Proteção aos Animais sugere uma campanha para castrar machos e fêmeas, com o objetivo de se evitar a reprodução descontrolada dos mesmos. No caso dos meninos e meninas, não precisamos ser tão drásticos, basta orientá-los e, se necessário, obrigá-los sob ameaça de punições severas, ao uso dos métodos anticoncepcionais. Só podemos criar animais, se tivermos condições de mantê-los alimentados, medicados e educados. Filhos, idem.
Agora um fato curioso. Recentemente morreu uma pessoa com suspeita de ter contraído Babesiose, uma doença transmitida por carrapato. Com isso, as pessoas passaram a soltar nas ruas, por medo de contrair a doença, seus animais de estimação. Não percebem os imbecis, que soltos, sem tratamento adequado, qualquer um pode ser vitima das doenças que eles transmitem, inclusive seus ex-donos. Com crianças e adolescentes, ocorre o mesmo.

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