O médico
italiano Sergio Canavero, que pretende fazer o primeiro transplante de cabeça
da história, afirmou que o procedimento foi bem-sucedido em um treinamento
feito em cadáveres. Canavero caracterizou o teste como o “último passo para um
transplante de cabeça formal”, de acordo com o britânico The Telegraph.
O teste
bem-sucedido revela que a técnica desenvolvida por Canavero, apesar de muito controversa,
pode funcionar. O transplante de cabeça envolverá um trabalho delicadíssimo de
conexão envolvendo a espinha, diversos nervos e vasos de sangue. De acordo com
o médico, a equipe tem como objetivo realizar o trabalho em 18 horas.
O responsável
pelo teste foi o doutor Xiaoping Ren, da Harbin Medical University, na China. É
importante lembrar que o médico foi o responsável por realizar um transplante
de cabeça entre macacos.
“Todos disseram
que seria impossível. Mas a cirurgia deu certo”, disse Canavero em um
pronunciamento realizado em Viena, na Áustria. De acordo com o médico, um
trabalho formal será publicado em uma revista científica explicando e
detalhando o procedimento e os resultados.
Testes usando
transmissão de eletricidade mostraram que as conexões entre nervos, a cabeça e
o corpo funcionaram. De acordo com o médico italiano, o próximo passo é fazer o
mesmo procedimento em um paciente vivo.
Esse paciente já foi selecionado — e faz algum
tempo.
O russo Valery
Spiridonov é o voluntário para participar do primeiro transplante de cabeça da
história. Ele sofre uma doença muscular terminal chamada Síndrome de
Werdnig-Hoffman.
“Tenho muito
interesse em tecnologia e qualquer assunto progressivo que possa mudar a vida
das pessoas para melhor”, disse Sporidonov em uma entrevista ao Russia Today
em 2015.
Também em 2015,
o médico Sergio Canavero havia previsto que o transplante da cabeça de
Spiridonov para um corpo que tivesse tido morte cerebral fosse acontecer em 2017.
Os planos de um
transplante de cabeça (ou de corpo, se preferir) foram anunciados por Canavero
em 2013. O especialista é diretor do grupo de neuromodulação avançada de Turim,
da Itália.
A ideia de
Canavero já foi bastante contestada entre especialistas. No passado, o
presidente da Associação Americana de Neurocirurgiões, Dr. Hunt Batjer, chegou
a dizer à CNN que não aceitaria
passar por esse procedimento: “Existem muitas coisas piores do que a morte”.
Apesar dos
testes supostamente bem-sucedidos de agora, Canavero e sua equipe ainda não
divulgaram uma data para o transplante acontecer. (Super Interessante)
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