É o que diz a especialista americana em
educação Jennifer Groff, co-fundadora do Center For Curriculum Redesign e
pesquisadora do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), onde
ela lidera o desenvolvimento do design de jogos para uso em sala de
sala.
"Você não pode ensinar essas coisas (português, matemática),
fora de contexto, para crianças e esperar que no final elas entendam
todo o resto e sejam esses unicórnios mágicos que conseguem fazer tudo.
Elas precisam ir adquirindo experiências com problemas reais ao longo da
vida", diz.
Groff é autora de estudos sobre currículo, ensino personalizado e
sobre como redefinir ambientes de aprendizagem e experiências por meio
de inovações e tecnologias educacionais. No ano passado, ela foi nomeada
uma das 100 maiores influenciadoras em tecnologia da educação pela
revista Ed Tech Digest.
A espcialista também atua desde 2017 como
diretora pedagógica da Lumiar, organização de escolas e tecnologias de
aprendizagem criada no Brasil.
Em
entrevista à BBC News Brasil em São Paulo, Groff explica porque um
número cada vez maior de especialistas defendem o chamado Ensino Baseado
em Competências (EBC), adotado pela Lumiar, que foca em desenvolver
habilidades e raciocínio em vez de memorização de conteúdo.
No
sistema, também defendido por ela, os alunos aprendem por meio da
realização de projetos, em vez de receberam um conteúdo pronto dividido
em disciplinas. Esse ensino também não depende de coisas como livros
didáticos ou divisão dos alunos em séries.
A metodologia foi escolhida como uma das mais
inovadoras pela OECD (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) em 2017 e está sendo implementada em escolas de países como
Holanda, Estados Unidos, Inglaterra e Finlândia.
Apesar das
diferenças, as escolas que seguem o método se adaptam para não deixar de
seguir as diretrizes obrigatórias de educação dos países – no caso do
Brasil, a Base Nacional Comum Curricular, documento do Ministério da
Educação elaborado ao longo dos últimos cinco anos que deve servir de
base para os currículos e propostas pedagógicas de todas as escolas
públicas e privadas do país.
Groff também diz que ficou preocupada com a forma como o novo ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, pediu para os alunos cantarem o hino nacional e falarem o slogan de campanha do Presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Groff, o pedido de total fidelidade à pátria "soa como fascismo".
"Ele
disse de uma forma que parecia dizer 'total fidelidade ao Brasil'. Soa
como fascismo. É assustador", diz ela, que acredita que as prioridades
do novo governo na educação deveriam ser outras, como ensinar as
crianças e pensar de maneira sistêmica e ter um pensamento ético.
Click no link e leia os principais trechos da entrevista no BBCBrasil.
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