sábado, 22 de dezembro de 2012

Questão de ordem*


O secretário e a Secretaria de Comunicação Social
         Antes que algum engraçadinho deturpe minhas palavras, firmo aqui a minha posição quanto à escolha de Valdomiro Silva para ocupar a Secretaria Municia de Comunicação Social (Secom/PMFS). Como qualquer outra pessoa, Valdomiro tem qualidades e defeitos, afetos e desafetos. O considero um amigo. Entendo que o titular da Secom tem que ter bom trânsito entre os órgãos de comunicação e bom relacionamento, pelo menos, com a maioria dos colegas. Creio que isso ele tem.
         Quanto à Secom em si, entendo que ela nunca foi tratada com o devido respeito pelos sucessivos governos desde que foi criada, e nunca funcionou como deve. É vista como algo que existe para dar uma satisfação à sociedade e à imprensa em si, e dotada de uma verba a ser distribuída de acordo com a conveniência pessoal do prefeito, e quase nunca obedecendo aos critérios necessários para uma adequada aplicação da verba destinada para a publicidade oficial do governo, o que faz do secretário um fantoche.
         Além disso, a Secom sofre do mal comum a todo órgão público, que se chama “estabilidade” dos funcionários concursados, que só prevê demissão em casos extremos, como roubo ou crime mais grave. A ineficiência, o desrespeito hierárquico, não são considerados como faltas graves para demissão, o que cria sérias distorções comportamentais e, não raro, conflitos internos, em prejuízo da produtividade daquele organismo público.

A psicologia do “Cara”
         Rolou na internet e tem sido alvo de comentários na imprensa e em todas as rodas de bate papo  uma análise psicológica da música “Esse cara sou eu”, de Roberto Carlos. Tudo começou com uma brincadeira em que uma mulher, vai ouvindo a música e comentando os versos de uma forma totalmente equivocada, e por isso mesmo, hilária. E ela conclui, equivocadamente, que “o cara”, da música, é um sujeito inseguro e possessivo.
         O problema é que tem gente achando que a análise está correta. E é aí que está o perigo, porque passa para os jovens imaturos uma idéia errada e equivocada sobre o romantismo. A letra da música, na verdade, é uma declaração de amor (algo fora de moda) das mais belas, partindo de alguém apaixonado que, sentindo que sua amada está em dúvida se o ama de verdade, tenta convencê-la de que ele é o amor da vida dela. Uma terna e bela história de amor. Simples assim.
         Mas, os psicólogos de almanaque entenderam o “esse cara sou eu” como sentimento de posse e insegurança. Fizeram até gracejos com o verso em que o personagem diz que “te acorda de madrugada para dizer que te ama”. Se eu acordasse minha mulher na madruga só pra dizer isso, ela não iria chamar o Samu, o pessoal do hospício ou da Carrocinha, mas, certamente iria estranhar, afinal de contas ela está ali do meu lado. Mas, ligar para uma namorada no meio da noite para dizer o quanto a ama, ela certamente ficará feliz. Que mulher não fica? Os pares dos relacionamentos abertos (sabem o que é isso?) também fazem tais ligações. Nada mais natural.
         Fica um conselho: Deixem a psicologia para os psicólogos.
De quebra, deixo versos verdadeiramente possessivos e machistas:

         El preso numero nueve ya lo van a confesar/Esta encerrado en la celda con el cura del penal/Y antes del amanecer la vida le han de quitar
Porque mató a su mujer y a un amigo desleal/Dice así al confesar/Los maté si señor/Y si vuelvo a nacer/Yo los vuelvo a matar. (El preso numero Nueve - Manolo Marroquín)

“Deixa eu te amar, faz de conta que sou o primeiro.... Quero te pegar no colo, te deitar no solo e te fazer mulher” (Deixa eu te amar – Agêpê)

“Se você quiser ser meu amor/Para sempre me conquistar/Tem que fazer o seguinte, dois pontos,/Sem bronquear, viu, sem bronquear:
Todos os dias sonhar comigo/De manhã me acordar com beijinhos/Me abraçando e sorrindo contente/Feliz da vida me fazendo carinho, viu?/Me fazendo carinho
Dizendo que eu sou a coisa que você mais quer/Me apoiando, fazendo tudo o que eu quiser/Dizendo que a vida só é boa comigo ao seu lado/Que eu sou o lado forte e bom do seu viver
Chorando e lamentando por não ter me conhecido há mais tempo/E dizendo que daria um bilhão por esse momento” (Se você quiser, mas sem bronquear -  Dóris Monteiro)

*Solicitação de esclarecimento a respeito da forma de condução dos trabalhos legislativos, em caso de dúvida sobre a interpretação do regimento na sua prática exclusiva ou relacionada com a Constituição. Em organizações como a Maçonaria, clubes de serviço e similares, também é usada pelos membros da assembléia para fins de esclarecimento e bom andamento dos trabalhos.

Cristóvam Aguiar

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